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A morte de um prefeito não é um crime qualquer
Farol

A morte de um prefeito não é um crime qualquer

O assassinato de um prefeito ou de qualquer agente público eleito é um crime que vai além do indivíduo atingido e da vida perdida. Foi o que ocorreu em Granjeiro, no Ceará
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O que deveria ser uma tranquila última semana de 2019 em uma pacata cidade do Interior cearense foi transformada por um crime que chocou não apenas pela violência em si, mas também pela conotação política na qual está inserido. Logo em Granjeiro, município do Estado com menor número de habitantes (4.844, segundo última estimativa do IBGE) e que está na mira da extinção segundo a PEC do pacto federativo proposta pelo ministro Paulo Guedes.

O assassinato do prefeito do município, João Gregório Neto (PL), na manhã da véspera de Natal, fez surgir uma série de suposições sobre o que teria motivado o crime. Todas as hipóteses flertam com a leviandade se não forem feitas com base na apuração dos fatos por quem tem a obrigação de fazê-la. Até o encerramento deste texto, no entanto, a Polícia não havia revelado o nome de nenhum suspeito ou mesmo qual a linha de investigação que está sendo seguida.

Fato é que, independentemente dos aliados ou inimigos que João Gregório (conhecido na cidade como João do Povo) cultivou, o homicídio dele foi um crime político. Mesmo se no futuro for provada a existência de uma motivação alheia às disputas pela administração pública local.

O assassinato de um prefeito ou de qualquer agente público eleito é um crime que vai além do indivíduo atingido e da vida perdida. A morte do prefeito de Granjeiro é também um atentado contra a democracia, contra o povo que o escolheu como representante.

 

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