No Brasil, o cenário da pandemia ultrapassou os marcos de 100 mil mortes e 3 milhões de infectados, conforme números oficiais de ontem, 8. Foram registrados 100.477 óbitos e 3.012.412 casos, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao longo do dia, a tragédia foi lamentada nas redes sociais. Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) decretaram luto oficial em homenagem às vítimas da Covid-19. Contudo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destacou em publicação nas redes sociais o número de recuperados do País.
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"Hoje é um dos dias mais tristes da nossa história recente", declarou o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP). "Os reflexos e as dores oriundas da pandemia são inúmeros e imensuráveis. Mas a maior de todas as dores é, sem dúvida, a perda de alguém que amamos. Isso é algo que jamais pode ser restituído ou compensado", afirmou Dias Toffoli na mensagem. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se manifestou pelas redes sociais classificando como "absurda" a marca de 100 mil mortos por coronavírus no Brasil. "Estamos convivendo diariamente com a pandemia, mas não podemos ficar anestesiados e tratar com naturalidade esses números. Cada vida é única e importa", escreveu Maia no Twitter.
No Ceará, são 188.289 casos confirmados e 7.954 mortes, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), atualizada às 17h11min.
Na manhã de ontem, médicos cearenses do Coletivo Rebento - Médicos em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS, realizaram manifestação de luto pelos óbitos registrados no País, no Poço da Draga, na Praia de Iracema. Os profissionais de saúde fizeram uma roda de conversa no pavilhão em frente à Ponte Metálica, utilizando máscara e respeitando o distanciamento social.
Para Liduína Rocha, obstetra e integrante do coletivo, as mortes não são resultado de uma "fatalidade", mas em função de "nossas escolhas políticas e das políticas públicas de saúde adotadas". "A gente está sem ministro da Saúde há quase 100 dias, optando por tratamento sem nenhuma evidência científica robusta. Negacionismo em relação a uma falsa dicotomia entre vida e economia", aponta, sobre os fatores que trouxeram o Brasil à triste marca. "As mortes pela Covid-19 têm raça, classe e gênero estabelecidos", diz. (Com Agência Estado. Colaborou Lígia Grillo/Especial para O POVO)