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Iara Costa: A cultura de cancelamento e a lei do retorno
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Iara Costa: A cultura de cancelamento e a lei do retorno

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karol Conka, anunciada como participante do BBB21, integra o grupo 'Camarote' (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram karol Conka, anunciada como participante do BBB21, integra o grupo 'Camarote'

BBB21. Para além do entretenimento barato, a 21ª edição do Big Brother Brasil levantou desde o primeiro dia discussão sobre tema que bomba na Internet: o tal "cancelamento". Nos dias iniciais de confinamento, os "brothers" demonstraram medo do julgamento desenfreado do público da internet. A preocupação com o que (potencialmente) está acontecendo do lado de fora dos estúdios da Globo, no entanto, cegou muitos deles para o que acontece na 'casa mais vigiada no Brasil'.

As duas semanas de edição expuseram que as redes sociais nada mais são que espelhos das atitudes humanas — os filtros, porém, são frágeis. Sem elas, o "cancelamento" ainda ocorre, como os telespectadores puderam presenciar a partir das atitudes da cantora curitibana Karol Conká perante os participantes que a contrariaram de alguma maneira, estivessem errados ou não. A artista protagonizou verdadeira perseguição aos "rivais", listando toda e qualquer falha ou traço humano naqueles que de alguma forma a desagradaram.

A chocante violência das atitudes dela já fizeram com que a cantora perdesse dinheiro, seguidores e prestígio. O cancelamento que ela tanto cultivou foi por ela colhido. Karol é meramente reflexo do que muitas pessoas são na Internet. Por trás do anonimato, enxergam-se no direito de tornar sem efeito ou até diminuir a existência do outro, invalidando o fato de que todos os seres humanos são passíveis de erros e também de crescer a partir das falhas.

Karol verá a resposta para seus atos quando sair da casa. Pode aprender com ele. Mas e quanto aos anônimos da internet, quando verão o peso de seus "cancelamentos" seletivos?

 

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