Um governo negacionista em relação à pandemia desde o início. As mortes do novo coronavírus se repetindo pelo mundo e quando chegou ao Brasil o foco governamental foi também investir em remédios sem comprovação científica. O cenário no País foi pior do que se imaginava e criaram-se assertivamente programas de auxílio como o emergencial, o de manutenção de emprego, com redução de jornada e salário dos trabalhadores, e o de acesso facilitado a crédito para micro e pequenas empresas com garantia da União.
Todo este cenário posto no ano passado já era previsto continuar neste, visto que países em desenvolvimento, que investiam alto no combate à Covid-19 e na imunização efetiva dos cidadãos, também passaram por uma segunda onda da pandemia. Enquanto que no Brasil o discurso era de que o país não iria chegar ao que está hoje, e que estes auxílios não seriam necessários. Tanto que não foram estimados na previsão orçamentária para 2021, esta na qual já estava com gastos estimados iguais ao limite do teto, sem margem para olhar para a pandemia. Ou seja, negamos a segunda onda.
Faltou transparência, planejamento e sobrou negacionismo no Orçamento de 2021. Foi preciso criar medida para incluir fora do teto de gastos os programas emergenciais. Estamos em pleno fim do mês de abril e os trabalhadores e as empresas ainda esperam pela volta do Pronampe e do BEm na expectativa de não fecharem as portas e não demitirem mais ainda.
Somos o país do negacionismo e do atraso, pois foi a maior espera para a sanção de um orçamento desde 2006. E mesmo que os programas esperados voltem nesta semana que se inicia, devido à tamanha confusão de planejamento governamental e atraso na vacinação, espera-se que soframos as consequências econômicas por muitos anos.