.
PANDEMIA O que seria "vida normal" depois de dois anos de mortes, isolamentos e sintomas que duram meses e afetam o bem estar? A desobrigação do uso de máscaras em locais fechados, anunciada na última quinta-feira, 14, pela governadora Izolda Cela, chegou para muitos como o fim da pandemia, como volta da vida normal.
Confesso que, no momento do anúncio, lágrimas caíram por dentro da minha máscara. Sim, é um passo enorme e foi dado com a anuência de um Comitê que sempre foi rígido à Ciência e, principalmente, às estatísticas da Covid-19 no Ceará.
De acordo com o secretário da Saúde, Marcos Gadelha, os números em Fortaleza são de 1 caso a cada 100 pessoas.
O equipamento de proteção continua obrigatório, de acordo com o decreto estadual, em locais de atendimento em saúde (públicos ou privados) e no transporte coletivo, incluindo seus locais de acesso, como terminais de integração e estações.
O documento não traz, entretanto, a especificação sobre os táxis e transportes por aplicativo, que são públicos. A reclamação de motoristas, que se expõem ao levar e trazer dezenas de pessoas todos os dias, já é observada.
Foram muitos decretos, diversos detalhes e várias dúvidas ao longo desses 24 meses. A ansiedade de uns, o interesse econômico de outros e o cuidado com a saúde sempre estavam no pêndulo entre o que poderia ser feito ou não.
Fato é que este último decreto desengasgou o meu choro e, acredito, de tantos outros. E a verdade é que a conduta individual continuará fazendo a diferença, para a Covid e para outras doenças, para o "eu" e para o "nosso".
Nem todo mundo já se sente seguro, mas nem todo mundo se sente ainda tão vulnerável. Será mais um aprendizado da pandemia: o limite da segurança e da liberdade de cada um e do coletivo.