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Cristiano Pinho: um guitar hero para o Ceará
Farol

Cristiano Pinho: um guitar hero para o Ceará

A morte do guitarrista deixou clima de terra arrasada, como se uma parte da música tivesse morrido naquela quarta-feira, 3
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Músico e produtor Cristiano Pinho. (Foto: Larissa Freitas / divulgação)
Foto: Larissa Freitas / divulgação Músico e produtor Cristiano Pinho.

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Quando o guitarrista Cristiano Pinho morreu, na quarta-feira, 3, recebi seis ou sete ligações em menos de uma hora me dando a notícia. Um não aguentou e chorou no meio da ligação. Outro repetia "cara, sei nem o que dizer". Outro só dizia: "bicho, que merda". Era um clima de terra arrasada, como se uma parte da música tivesse morrido naquele dia. "Como se" não. Era isso mesmo.

Cris, como alguns (e eu) costumavam se referir ao músico e produtor nascido em Viçosa do Ceará era um talento nato, dono de um fraseado muito particular e de uma técnica que tinha o peso do rock, a versatilidade do jazz e a acessibilidade do pop. "Não conheci outro artista que se jogou tanto nos abismos sonoros", disse Fernando Catatau, do Cidadão Instigado.

Curiosamente, junto aos elogios, vinham perguntas sobre a idade, a vida, a formação artística desse cara que foi parceiro de Kátia Freitas em dois discos que marcaram a discografia cearense. Pouca coisa está disponível sobre ele no mundo digital.

Se a geração Belchior, Ednardo e Fagner tem centenas de textos dedicados às suas obras, quem veio depois segue com trajetórias à espera de serem contadas, valorizadas e imortalizadas. Essa é uma missão necessária que cabe a muitos, desde a imprensa até o poder público. Cristiano Pinho deixa discos seus e participação em discos de vários.

Deixa ainda uma história para ser lida, vista, ouvida, conhecida, reconhecida e aplaudida. É como ouvi do pernambucano Ayrton Montarroyos: "Isso vai acabar, eu vou morrer, os discos ficam. O que fica é a ideia, é a beleza da ideia, a execução do artista".

 

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