A Câmara dos Deputados bateu o martelo sobre o futuro dos jovens brasileiros. Os parlamentares rejeitaram as modificações propostas no Senado e mandaram para sanção presidencial o texto do "Novo" Ensino Médio. As aspas são necessárias, porque as regras de ensino já tinham sido alteradas em 2017 sob a gestão de Mendonça Filho como ministro da Educação. Ele também foi relator da proposta aprovada agora. A essência é, então, a mesma, apenas com correções de problemas que ficaram.
O sentimento de parte dos deputados, senadores e setores da educação foi agridoce. Dos pontos positivos, o aumento da carga horária do ensino básico.
Resolveram outro calo: acabou a ampla possibilidade de itinerários formativos, queixa comum pela implementação complicada nas escolas, especialmente as públicas. Agora serão apenas quatro, uma padronização que deve ajudar na execução das diretrizes.
Ficou o puxão de orelha de entidades de educação e dos alunos de que o espanhol não será obrigatório e a possibilidade do EAD permaneceu, bem como uma carga horária diferente para o ensino técnico.
Há quem tenha esperança que o presidente vete partes do texto. Bem difícil. O ministro da Educação, Camilo Santana, celebrou a decisão e já tinha feito acordos na elaboração da proposta. Em alguns anos, o debate volta, mas importante são aqueles que pagam o pato: alunos e os professores, indo e voltando neste infinito cabo de guerra.