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Caucaia: cearenses celebram 28 anos do Parque Botânico em domingo lúdico
Farol

Caucaia: cearenses celebram 28 anos do Parque Botânico em domingo lúdico

A Unidade de Conservação em Caucaia completou 28 anos em 9 de setembro último e hospedou programação gratuita e familiar na manhã deste domingo, 29
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UNIDADE de Conservação completou 28 anos (Foto: Daniel Freitas/Especial para O POVO)
Foto: Daniel Freitas/Especial para O POVO UNIDADE de Conservação completou 28 anos

Dezenas de famílias celebraram, na manhã deste domingo, 29, os 28 anos da fundação do Parque Estadual Botânico do Ceará, em Caucaia, na Grande Fortaleza. A Unidade de Conservação (UC) estadual completou aniversário em 9 de setembro último e hospedou programação gratuita hoje.

Atividades lúdicas realizadas no parque incluíam oficinas de mudas, cultivo de orquídeas, exposições científicas, “aulão” de ritmos, trilhas guiadas, observação de aves e diversas opções para entreter as crianças.

Foi propício para a empresária fortalezense Roberta Duarte, de 40 anos, que levou a filha para se divertir ao ar livre. Ela contou ter o costume de realizar passeios familiares no Parque Botânico, especialmente aos domingos por conta do projeto Viva o Parque.

Sentada em um dos bancos do parque, sob a sombra e observando as crianças no parque, Roberta refletiu que o meio ambiente “relaxa, ajuda a gente a esquecer do celular. Tanto que só pego para tirar uma foto”.

“A gente só fica em casa, às vezes vai para a praia. O domingo no parque é interessante para mudar essa rotina. Dá uma diversificada”.

Para a professora Meirivânia Daniele, 51, “tudo que a gente puder fazer para tirar as crianças das telas, é bem-vindo. Então, o parque aberto no domingo com atividade diversificada, é perfeito”. Ela já conhecia o parque, mas levou hoje dois sobrinhos que nunca haviam visitado.

A fortalezense, que se mudou para Caucaia há nove meses, pontuou que o parque “traz a opção de conhecimento, tanta da fauna quanto da flora”.

“A gente vai ali no museu, observa os pássaros, conhece os tipos de árvores, conhece o que é nosso e precisa ser preservado. A opção de levar mudas para casa, perpetuar isso, acho importantíssimo”.

Gizelly Marques, 37, não sabia da programação de hoje em comemoração ao aniversário do parque. “Só vim porque gosto muito daqui. Elas brincam, a gente lancha. E amanhã já se torna um dia produtivo”.

Ao lado das duas filhas, a corretora de imóveis elogiou o “outro oxigênio, outra atmosfera” possíveis de encontrar durante um passeio na natureza. “É algo que tem saído do comum. A gente foge da cidade, do urbanismo, das telas”.

“Acho importante tentar enraizar [a natureza] nas crianças. Na nossa época [de criança], era mais assim, contato com o mato. Hoje em dia não tem mais. Conscientizar nossas crianças da importância de cuidar do meio ambiente é importante para a cidade, para o estado e para o planeta”, concluiu ela.

Educação ambiental

Ensinar e conscientizar crianças é algo reforçado por Fernando Bezerra, secretário executivo do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema). Na visão dele, a educação ambiental deveria estar no currículo escolar básico.

Isso “porque na educação tem que se criar um conceito de preservação desde a infância. É aquela velha história, ‘papagaio velho não aprende a falar’. Então, incutir a educação ambiental nos adultos é mais difícil”.

George Feijão, gestor do Parque Estadual Botânico do Ceará, sublinha que educação ambiental não é uma disciplina, e sim um tópico transversal. “Se as crianças receberem a educação apropriada, teremos um adulto vivendo em harmonia com a natureza. Sem isso, é muito difícil modificar o adulto, porque se ele não tiver a convivência [com o meio ambiente]…”

O parque recebe diariamente visitas de turmas de estudantes da região próxima, segundo George. “Quando [as crianças] visitam o parque, para eles é uma coisa… [entendem] que isso aqui existe. Eles vivem o concreto, o asfalto, quando chegam aqui é um choque de realidade”, analisou ele.

Na equipe do parque desde 2015, George pontuou que o número de visitas por ano é considerável, pois “diferente do Parque do Cocó, aqui não é um parque urbano. Então, [ter um fluxo de visitantes] é uma conquista. Tem gente que vem fazer aniversário, casamento. Noivas por aí, aqui não paga nada, viu?”

Este domingo também marcou a primeira abertura do parque após a requalificação das placas informativas instaladas ao longo das trilhas. O processo teve auxílio de estudantes e professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

As novas versões das placas dispõem, além das informações científicas, de leitura em braile, sonorização em libras e um código QR com mais detalhes.

Por que o parque é 'botânico' e outros, não?

O Parque Estadual Botânico do Ceará foi criado pelo Decreto Estadual n.º 24.216, de 9 de setembro de 1996. Tem uma área de 190 hectares com museu, orquidário, meliponário Um meliponário é o local onde são instaladas as colmeias de abelhas nativas sem ferrão, também conhecidas como meliponíneos. A criação de abelhas sem ferrão é chamada de meliponicultura e é uma atividade sustentável que contribui para a preservação do meio ambiente. , viveiro de mudas, banco de sementes, horto de plantas medicinais, trilhas, áreas para piqueniques e um espelho d’água.

Fernando Bezerra informou que o parque é importante por ter sido criado “para proteger a região bastante interessante em relação à biodiversidade. Temos aqui inúmeras espécies de fauna e flora, e isso precisa ser preservado”.

O secretário reconheceu que o Parque Botânico é mais conhecido na Região Metropolitana e menos conhecido pela população da Capital. “Que a população de Fortaleza se conscientize de que existe um parque aqui para ela visitar”.

Outro ponto significativo sobre a Unidade de Conservação, complementou George Feijão, é o parque recebe o termo “botânico” porque é um “lugar apropriado para as grandes pesquisas universitárias”.

“Recebemos muitos projetos, incluindo da UFC, da Uece, do IFCE. São pesquisas de mestrado, doutorado, enfim. Esse é o objetivo principal, ser um espaço de estudo científico, por isso ele é um parque botânico”, concluiu.

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