Um dia sombrio para o futebol arte, para quem aprecia o drible, a ousadia e o improviso. Falo do sabor amargo da premiação da Bola de Ouro, concedida a Rodri, espanhol do Manchester City e agora melhor jogador do mundo. Como o talento e a temporada extraordinária de Vinicius foram ignorados?
Vini Jr foi o melhor do mundo dentro e fora do campo. O peso da sua mensagem é tão forte quanto a magia que faz com os pés. A luta antirracista do brasileiro ecoa mundo afora e, certamente, é mais importante do que qualquer prêmio.
É uma batalha árdua e difícil. A cria do Flamengo e estrela do Real Madrid já foi vítima de inúmeros ataques racistas no futebol espanhol. Mas o que realmente mudou desde que Vinícius passou a brilhar na Europa?
A cartolagem permanece conivente, e quem tem o poder de mudar prefere o caminho da desculpa e da omissão. "Ah, mas a Espanha não é racista, não pode generalizar". É com esse tipo de discurso que muitos dirigentes decidem perder seu tempo — desviando a atenção do problema e se recusando a enfrentar a realidade.
Rodri, sem dúvida um jogador talentoso e elegante em campo, mas longe de ter sido mais decisivo que Vini. A premiação, ao que parece, sofreu um golpe em sua credibilidade e perdeu a chance de premiar alguém gigante que transcende o esporte com sua luta fora de campo.
Quem são estes jornalistas que votaram em Rodri para vencer a premiação, preterindo o brasileiro de dribles desconcertantes e super decisivo no mata-mata da Champions League? Que delírio coletivo foi esse?