O segundo suspeito de envolvimento na morte do subtenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Francisco Ricardo Silva Neto, 51, foi identificado através de impressões digitais encontradas dentro do carro utilizado no assassinato do agente. Os vestígios foram localizados por meio da técnica de papiloscopia feita no novo analisador genético de DNA adquirido recentemente pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
O homem, identificado como Francisco Cleiton Galdino da Silva, conhecido como “Keke”, de 22 anos, foi preso pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) na manhã desta sexta-feira, 24, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza.
Na perícia realizada dentro do veículo, foi encontrado vestígios de que o suspeito esteve dentro do carro, apreendido um dia após a morte do subtenente e roubado dias antes do assassinato do PM.
De acordo com o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Ricardo Pinheiro, em entrevista ao O POVO, o equipamento tecnológico da Pefoce está sendo utilizado nas investigações da morte do agente policial.
“Através desse trabalho foi possível identificar o indivíduo preso hoje. Ele já estava no nosso radar, como possível autor e participante do crime”, disse.
Ainda segundo o delegado, foi representada pela prisão temporária e busca para avançar nas investigações, que aguardam mais laudos pela Pefoce para avançar no inquérito.
"Sabemos da existência de mais autores. Esperamos que, ao final do inquérito, a gente possa indiciar e efetuar a prisão de todos os envolvidos", afirma Pinheiro. Pelo menos mais três pessoas são apontadas como suspeitas no crime.
O mandado de prisão foi expedido pela Comarca de Fortaleza, após investigações coordenadas pela 11ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O suspeito já responde pelos crimes de tráfico de drogas, desobediência, desacato e direção perigosa. A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) informou que, além do mandado de prisão, foram feitas buscas em endereços ligados ao alvo.
Nas investigações, o primeiro suspeito foi preso horas após o crime contra o subtenente. Identificado como Ítalo Gabriel Barreto, conhecido como “Micróbio”, de 18 anos, é apontado como o condutor do veículo usado no assassianto do PM.
A vítima foi morta a tiros e facadas no momento em que saía para trabalhar. Ele foi encontrado morto caído em cima da sua moto por volta das 4h30min. O agente foi o sexto PM ou ex-PM morto em menos de um ano no Grande Pirambu. As investigações estão a cargo da 11ª delegacia do DHPP.
Após o crime contra o PM, a Polícia Militar do Ceará aumentou a ação no Grande Pirambu, com policiamento ostensivo por meio de equipes do Policiamento Ostensivo Geral (POG), da Força Tática (FT) e do Motopatrulhamento (MP) da PMCE.
Região compreende os bairros Pirambu, Cristo Redentor, Barra do Ceará e Carlito Pamplona.
As ações ainda contam com patrulhamento por policiais em serviços extra, unidades móveis, além de uma base fixa. Além disso, a PMCE começou a operação “Escudo Redentor”. A SSPDS informou que as ações buscam coibir crimes e reduzir os índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) na região.
Conforme a PM, a operação será realizada por tempo indeterminado, com ações de monitoramento aéreo por meio da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS, e equipes em campo.
As ações representam uma resposta à ação criminosa contra o agente de segurança pública, reforçando o compromisso das Forças de Segurança no combate à criminalidade.
A nova tecnologia utilizada na Pefoce é capaz de analisar 384 amostras de DNA simultaneamente. O equipamento Spectrum foi entregue pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), na quarta-feira, 22, na sede do órgão, em Fortaleza. O investimento busca elucidar casos de crimes sexuais, patrimoniais, homicídios, latrocínios a partir da identificação genética de envolvidos nos casos.
O Estado é o primeiro do País a utilizar o equipamento, validado para amostras forenses pelo FBI, Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos.
Na prática, a tecnologia vai permitir de forma mais rápida e precisa, por exemplo, a capacidade de identificar a presença de indivíduos no local do crime, mesmo quando o suspeito nega a participação ou afirma não ter estado presente.
Durante a entrega do equipamento, o perito-geral da Pefoce, Júlio Torres, disse que a ferramenta utilizada anteriormente no órgão levava até 12 horas para analisar uma placa com 96 amostras de DNA. Com a nova aquisição, o resultado de oito amostras deverá sair em até 20 minutos. O valor investido foi de mais de R$ 1 milhão no aparelho.