O prefeito Evandro Leitão (PT) tem cumprido com a promessa de revisar e revogar as extinções de 13 áreas verdes, aprovadas no final da gestão passada. No começo da semana, ele enviou ao legislativo a revogação das Leis Complementares (LC) 410 e 412; além delas, Evandro também confirmou ao O POVO+ que encaminhará as LCs 417 e 418 para apreciação. Ao todo, as legislações afetam seis áreas verdes, incluindo as Zonas de Proteção Ambiental da Lagoa do Maricá e no entorno do Parque Rachel de Queiroz.
Revogar é importante, mas insuficiente. O que o prefeito realmente precisa fazer é estabelecer políticas públicas que criem novas áreas e restaurem as remanescentes, respaldado nas metas do Plano Local de Ação Climática de Fortaleza, de 2020.
Não é apenas plantar milhares de mudas sem garantir a supervisão e o cuidado contínuo, mas principalmente investir em pesquisas científicas voltadas para a biodiversidade urbana. A Meta R.1 do plano recomenda “identificar hubs de áreas verdes” da cidade e criar corredores verdes entre eles, “incluindo arborização, agricultura urbana, parques municipais e áreas de preservação permanentes (APPs)”.
Enquanto esse próximo passo não for dado, na prática a revogação das LCs é apenas um ato político. Afinal, as áreas verdes continuarão vitimadas pela degradação, sem biodiversidade que garanta a sobrevivência dos pequenos ecossistemas esquadrinhados entre prédios.