Um dos acusados de envolvimento nas mortes dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue”, e Fabiano Alves de Souza, o “Paca”, foi preso na tarde dessa segunda-feira, 9, em São Paulo (SP).
A prisão de Renato Oliveira Mota, de 34 anos, ocorre mais de sete anos após o duplo homicídio, registrado em 15 de fevereiro de 2018 na Reserva Indígena Lagoa da Encantada, em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza).
O POVO apurou que policiais civis de São Paulo receberam a informação de que Renato estava escondido em um condomínio localizado no bairro Penha de França, na Capital Paulista. Os agentes de segurança foram até o local indicado e se depararam com o alvo na cozinha do apartamento onde ele estava morando.
Foi dada voz de prisão e Renato foi encaminhado até o 10º Distrito Policial (10º DP). Não foi relatada resistência por parte do autuado.
Conforme denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), na trama que culminou no duplo assassinato, coube a Renato prestar apoio logístico aos executores, já que ele foi flagrado, no dia do crime, transportando alguns deles em seu próprio carro.
Além disso, Renato teria buscado dois dos executores após o crime. Renato nunca havia sido preso pelo duplo homicídio, tendo seu nome incluído, até mesmo, na lista de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Ao todo, dez pessoas, originalmente, eram rés por envolvimento nas mortes de Gegê e Paca. Sete deles foram pronunciados, ou seja, a Vara Única Criminal de Aquiraz entendeu haver provas suficientes para levá-los a julgamento.
São eles: Tiago Lourenço de Sá de Lima, Ronaldo Pereira Costa, Carlenilto Pereira Maltas, Erick Machado Santos, André Luis da Costa Lopes, Jefte Ferreira Santos e Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos.
As defesas dos acusados recorreram da decisão em tribunais superiores, por isso, ainda não há data para os julgamentos. Por outro lado, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, apontado como mandante das execuções, foi impronunciado por falta de provas.
Já Felipe Ramos Morais, que pilotou o helicóptero no qual as vítimas foram levadas ao local do assassinato, foi morto em intervenção policial em 2023 em Goiás.
Conforme a investigação da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Gegê e Paca foram mortos após serem acusados, por integrantes do próprio PCC, de desviar dinheiro da facção. Os assassinatos, porém, geraram controvérsia dentro da organização criminosa, já que nem todos os chefes do PCC teriam sido informados do “decreto” nem teriam autorizado as execuções.
Por isso, uma semana após o crime, Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, o principal articulador dos homicídios, foi morto com tiros de fuzil na Zona Leste de São Paulo (SP). (Com informações de Cláudio Ribeiro).