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Fósseis cearenses serão devolvidos ao Brasil após acordo com museu alemão
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Fósseis cearenses serão devolvidos ao Brasil após acordo com museu alemão

MCTI e Museu Nacional de Hannover assinam acordo de intenções para a devolução de quatro fósseis, entre eles uma espécie de peixe que viveu no Ceará há cerca de 115 milhões de anos
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TRÊS das quatro peças viviam no Ceará (Foto: Reprodução/ Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação)
Foto: Reprodução/ Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação TRÊS das quatro peças viviam no Ceará

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Museu Nacional de Hannover, na Alemanha, assinaram nesta sexta-feira, 13, em Berlim, uma declaração de intenções para a repatriação de quatro fósseis brasileiros.

O documento foi firmado pelo secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, e pela diretora de Coleções e Pesquisa do museu alemão, Claudia Andratschke.

“Os fósseis são uma riqueza imensa, que resistem ao tempo e mostram como era nossa fauna há milhões de anos. O MCTI não poupou esforços para viabilizar essa transação e hoje colhemos o fruto desse trabalho”, destacou Inácio Arruda.

Os fósseis que retornarão ao Brasil são:

  • Vinctifer comptoni: um peixe que viveu há cerca de 115 milhões de anos na Formação Santana da Bacia do Araripe (CE);
  • Notelops: peixe de nadadeiras raiadas que habitava os mares rasos do Nordeste do Brasil há aproximadamente 110 milhões de anos;
  • Mesosaurus tenuidens (ou Stereosternum tumidum): réptil aquático que viveu na Bacia do Paraná há cerca de 280 milhões de anos;
  • Um tronco silicificado de uma planta gimnosperma.

“Com esse documento, finalizamos mais uma missão de repatriamento de fósseis brasileiros. O Brasil tem peças espalhadas por toda a Alemanha, algumas trazidas por pesquisadores e outras de forma irregular, e nós vamos continuar com os trabalhos para trazer as peças para casa”, afirmou Arruda.

Repatriação do Ubirajara

Em 2023, o MCTI já havia conduzido com sucesso a repatriação do Ubirajara jubatus, o primeiro dinossauro não-aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul. O fóssil, retirado irregularmente do Brasil nos anos 1990, estava no Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe, também na Alemanha.

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O Ubirajara viveu há cerca de 110 milhões de anos na Bacia do Araripe, interior do Ceará. Após sua devolução, o fóssil foi levado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri (CE). Com o tamanho aproximado de uma galinha, o fóssil está preservado em duas placas: uma positiva, de 47 cm x 46 cm x 4 cm e 11,5 kg, e outra negativa, de 47 cm x 46 cm x 3 cm e cerca de 8 kg.

Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia

Também nesta sexta-feira, 13, foi realizado em Berlim o “Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia: Ciência, Cooperação e Diplomacia para o Futuro”, promovido pelo MCTI. O evento debateu temas como fósseis, cooperação científica na área de Paleontologia, Geoparques e Popularização da Ciência.

Participaram do encontro representantes dos Ministérios da Ciência do Brasil e da Alemanha (MCTI e BMFTR), da Comissão Alemã na UNESCO, da Sociedade Senckenberg para Pesquisas da Natureza, do Landesmuseum Hannover, do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Rede Brasileira de Geoparques, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da Secretaria de Ciência do Estado do Ceará e o prefeito de Santana do Cariri.

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