O ex-prefeito de Fortaleza, José Walter, morreu nesta quinta-feira, 3, aos 97 anos. Ele foi vítima de uma parada cardiorrespiratória, chegou a ser levado a uma unidade hospitalar, mas não resistiu. O velório iniciou às 8 horas desta sexta-feira, 4, na funerária Ethernus, no bairro Aldeota. A missa foi realizada às 14 horas e o sepultamento está previsto para as 16 horas, no Parque da Paz.
José Walter Cavalcante nasceu em Capistrano (CE) em 16 de julho de 1927. Construiu a carreira política no Ceará durante a década de 1960. Foi prefeito de Fortaleza de 1967 a 1971, tendo sido indicado, à época, pela Ditadura Militar.
Formado em engenharia civil na Universidade Mackenzie, em São Paulo, e tendo especializações no exterior. Professor catedrático de engenharia civil da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi diretor da Estrada de Ferro e do Banco do Estado do Ceará, entre outros. Casado com Maria Amélia Cavalcante, José Walter deixa quatro filhas, oito netos e um bisneto.
Em conversa com O POVO, em 2020, ele afirmou que entre os feitos dos quais mais se orgulhava estava o bairro de Fortaleza que leva seu nome, que completou 50 anos em 2020 e foi considerado o maior conjunto habitacional da América Latina à época.
Viúvo, José Walter estava afastado da política há anos. Torcedor do Ferroviário, ele tinha veia esportiva e foi responsável pela construção do Ginásio Paulo Sarasate, na Capital. Também orgulhava-se de ter feito, já asfaltada, a Avenida Perimetral, que corta diversos bairros de Fortaleza.
"Fortaleza não tinha um quilômetro de asfalto. Era uma cidade abandonada. Você imagina chegar em Fortaleza não tendo nada? Quando eu fui prefeito, a cidade tinha mil lâmpadas. Mas hoje a cidade mudou muito", disse na entrevista.
O ex-prefeito dizia não ter sido responsável por colocar o próprio nome no bairro. "O nome inicial era Núcleo Habitacional Integrado de Mondubim. Era pra ser um conjunto de habitação, só isso. Porque aqui no Ceará tinha a Companhia de Habitação (Cohab), mas não fazia uma casa", relatou.
José Walter atribuiu ao seu vice, Francisco de Carvalho Martins, a responsabilidade de batizar o bairro com o nome do então prefeito. "Nunca coloquei meu nome em uma placa, nem em nada", declarou.
E seguiu: "Fui convidado para a Suécia, para fazer uma reunião com diversas autoridades do Brasil e deixei no meu lugar o Francisco de Carvalho Martins, presidente da Cohab Ceará. Quando voltei, ele tinha colocado meu nome. Tentei tirar, mas não deu mais jeito porque estava em tudo que era jornal. Aí eu deixei. Foi uma homenagem que ele quis fazer a mim por ter sido meu aluno na escola de engenharia. Mas não gostei não", contou.
Com informações da rádio O POVO/CBN