Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelaram uma realidade alarmante: Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), lidera o ranking das dez cidades mais violentas do Brasil. E o que também assusta é que a região saltou, em apenas um ano, da oitava para a primeira posição no ranking de mortes violentas.
O cenário da violência está longe de ser surpreendente para quem acompanha de perto o avanço da criminalidade no Ceará. O Estado vem há anos tendo a consolidação das facções criminosas, principalmente em áreas estratégicas, como a RMF. Maranguape, cortada por rodovias e com acesso facilitado, tornou-se um ponto geográfico cobiçado, quase um "território premium" para o crime organizado.
Lá, há o conflito entre Guardiões do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV) que vem gerando a briga pelo controle do tráfico de drogas, principal fonte de lucro dos grupos. Maranguape entrou de vez na rota do tráfico de drogas e a consequência é o aumento no número de mortes violentas.
Apesar dos dados não apontarem o motivo específico dos homicídios, pesquisadores estimam que a maioria está relacionada a mortes dentro das organizações, seja na disputa ou em conflitos internos. Maranguape não está sozinha.
A Grande Fortaleza tem se destacado negativamente no cenário nacional. Caucaia e Maracanaú também figuram entre as dez cidades mais violentas do Brasil, todas dentro do mesmo raio metropolitano. São dados que não apenas assustam, mas escancaram a urgência de uma resposta contra o crime organizado.