A atriz Berta Loran morreu neste domingo, 28, aos 97 anos, no Rio de Janeiro. Nascida em Varsóvia, na Polônia, e radicada no Brasil desde os 9 anos, quando fugiu com a família do nazismo, ela construiu uma trajetória marcada pelo humor, por personagens carismáticos e por atuações memoráveis em novelas.
Berta se consagrou em programas de humor, gênero que marcou sua carreira. Nos anos 1960, participou de atrações como "Bairro Feliz" e "Riso Sinal Aberto', além de "Balança Mas Não Cai"(1968).
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A partir da década de 1970, esteve em produções de destaque como "Faça Humor, Não Faça Guerra" (1970), "Satiricom" (1973) e "Planeta dos Homens" (1976).
O reconhecimento nacional veio em 1990, quando passou a integrar o elenco da Escolinha do Professor Raimundo. Ali, brilhou como a portuguesa Manuela D’Além-Mar — cujo bordão “Manuela D’Além Mar, de Trás-os-Montes, sim senhoire!” conquistou o público — e, alguns anos depois, como a judia Sara Rebeca.
Mais tarde, no Zorra Total (1999–2004), interpretou Maria, personagem portuguesa que travava discussões cômicas com o marido Manoel, vivido por Agildo Ribeiro.
Nos anos seguintes, continuou ativa em produções como "A Grande Família" (2012), "Vai Que Cola" (2016) e "Tá no Ar: a TV na TV" (2018).
Embora tenha feito sucesso principalmente no humor, Berta também se destacou em novelas. Em "Amor com Amor se Paga" (1984), interpretou Frosina Maria de Jesus, empregada dedicada que cuidava dos filhos do avarento Nonô Correia (Ary Fontoura) e que, ao longo da trama, acabou se casando com ele.
Outros trabalhos na teledramaturgia incluem "Cambalacho" (1986), "Torre de Babel' (1998), "Cama de Gato" (2009), "Ti-Ti-Ti" (2010) e "Cordel Encantado" (2011). Sua última novela foi "A Dona do Pedaço" (2019), de acordo com o acervo Memória Globo.
Berta também participou da minissérie "Chiquinha Gonzaga" (1999) e esteve em programas como "Você Decide" e "Caso Verdade". Sua versatilidade e presença cênica a mantiveram ativa por décadas, conquistando gerações de espectadores.
Com mais de meio século de carreira, Berta Loran deixa como legado personagens que misturavam humor, afeto e crítica social, muitos deles inspirados em estereótipos portugueses e judeus que ela transformava em figuras inesquecíveis.