Como aos três pastorinhos — Lúcia dos Santos, Francisco Marto e Jacinta Marto — a figura de Nossa Senhora de Fátima é familiar a José Miguel Ferreira, de um ano e sete meses. Ao lado dos pais, o pequeno acompanha a imagem da santa, que percorre as ruas de Fortaleza na noite desta segunda-feira, 13, durante a tradicional procissão.
O cortejo, iniciado a partir da Igreja do Carmo, no Centro, percorreu as ruas Major Facundo, Clarindo de Queiroz, Barão de Aratanha e a avenida 13 de Maio em recordação ao dia 13 de outubro de 1917. A data é considerada a última aparição da Virgem Maria na Cova da Iria, localizada na cidade portuguesa de Fátima.
“Eu acho que é a melhor herança que a gente pode deixar, ver ele tão pequenininho assim e seguindo os nossos passos, olhando pra Nossa Senhora e reconhecendo ela como a Mãe dele lá do Céu”, relata Larissa Ferreira, 30, mãe de José Miguel.
Apesar da idade, a criança já é uma “velha” conhecida de outros membros da paróquia — “Vai dando tchau, pedindo a benção de todo mundo que ele conhece e vai curtindo junto com a gente”, diz Larissa.
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A devoção à santa e a relação das graças recebidas com a família também está na mente de Joana D’Arc de Souza, 43. A funcionária de lavanderia acompanha a movimentação dos fiéis, de vela na mão e olhos marejados.
A participação na caminhada veio da mãe, que costumava levá-la ao cortejo, relembra Joana. Mas foi durante complicações no nascimento da filha que pediu a intercessão de Nossa Senhora e foi respondida: “É tanto que o nome dela (a filha) é Fátima”.
Para Maria Telma Nogueira, 73, o evento religioso é uma tradição que não pode ser perdida. Acompanhada pela cunhada, Marta Carvalho, 64, a policial militar aposentada ressalta que, independente do local, pega um avião correndo “para chegar no dia” da procissão, seja 13 de maio ou 13 de outubro.
“Sempre tive devoção à Nossa Senhora de Fátima. Sempre”, diz. “Tô aqui toda doente. Olha meu joelho, quadril… Mas vou até lá acompanhando, você acredita? Eu alcanço tantas graças que se for enumerar… São muitas”.
Também aposentada, Marta indica que ambas acompanham o evento há anos, desde o início, e que é devota de Maria. “É o amor que nós temos por Nossa Senhora”, comenta.
Rodeada pelos familiares, a médica Adalgisa Leite, 42, também aponta o carinho e as bênçãos recebidas pela “Senhora da Paz”.
“A fé, como já se diz, move montanhas. Então, vamos sempre seguindo o caminho da fé, do bem, da verdade. Ela intercede a chegar nas graças, chegar ao Pai. Ela é nossa mãe”, finaliza.