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A barganha, o café e a conta deixada pelo tarifaço
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A barganha, o café e a conta deixada pelo tarifaço

Desde que as tarifas foram impostas, os americanos passaram a sentir no bolso o peso de produtos que dependem das importações
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O presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: ANGELA WEISS  / AFP)
Foto: ANGELA WEISS / AFP O presidente dos EUA, Donald Trump

Tarifas O recuo de Donald Trump na taxa de 40% imposta aos produtos brasileiros como café, carne e frutas traz as relações comerciais entre Brasil e EUA de volta ao campo de onde nunca deveriam ter saído: o econômico.

Já não era sem tempo. Por mais que o presidente americano tenha tentado usar as medidas como barganha para interesses nada republicanos, como intervir em processo judicial de outro país para proteger aliados, era óbvio que essa conta iria bater na porta.

Desde que as tarifas foram impostas, os americanos passaram a sentir no bolso o peso de produtos que dependem das importações.

O café é o caso mais emblemático. Com o tarifaço, o produto disparou 21,7% até setembro, bem acima da inflação geral do país (3%). E, como o brasileiro bem sabe, inflação alta não combina com popularidade eleitoral.

Por outro lado, a diplomacia brasileira sai maior do episódio, embora os planos de socorro aos exportadores apresentados no Brasil e no Ceará não tenham funcionado tão bem como o imaginado. A baixa adesão das empresas em relação à estimativa inicial e a demora na compra de produtos perecíveis para merenda escolar são indicativos deste descompasso.

A retirada das tarifas de 249 produtos agrícolas não resolve, por si, todas as disparidades nas relações comerciais com os EUA. No Ceará, por exemplo, os produtos de maior peso da pauta seguem sobretaxados. Mas, sem dúvida, é uma janela que se abre e que deve ser aproveitada como estratégia para transformar a diplomacia em desenvolvimento.

 

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