No começo de dezembro, Hollywood foi abalada pela notícia de que a Netflix tinha vencido o leilão para adquirir a clássica Warner Brothers com uma oferta astronômica de quase US$83 bilhões. O gesto que assombra essa fusão não é referente apenas à percepção mercadológica de monopólio, mas principalmente porque o modelo de negócio da Netflix sempre esteve muito longe das salas de cinema.
Fundada em 1997, a pequena empresa nasceu como uma locadora de filmes com entrega por correio e se tornou a maior plataforma de streaming por assinatura do mundo, hoje com mais membros do que a população inteira do Brasil.
Considerado um "conceito ultrapassado" pela companhia, os cinemas sobram, sejam eles de grandes complexos de shopping ou de rua. Se adquirir uma companhia secular como a Warner, a Netflix poderá ter em mãos o poder de fazer com que as regras de mercado mudem de prioridade.
Para botar lenha na fogueira, a Paramount Pictures partiu para uma aquisição hostil ao abordar diretamente os acionistas com uma oferta não requisitada de US$108 bilhões com fundos do Oriente Médio.
O presidente Donald Trump teria o poder de intervir em uma compra dessa magnitude, mas ele declarou "não ser amigo" de nenhuma das partes. De toda forma, apenas o fato de um estúdio que literalmente moldou a linguagem do cinema estar à venda prenuncia que Hollywood está mesmo prestes A virar do avesso.
LEIA TAMBÉM>> Paramount Skydance desafia a Netflix com oferta de US$ 108,4 bilhões pela Warner