Logo O POVO+
O silenciamento do padre Júlio Lancellotti nas redes
Comentar
Farol

O silenciamento do padre Júlio Lancellotti nas redes

O silêncio imposto ao padre não foi foi suficiente para conter o debate no ambiente digital
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar
Padre Júlio Lancellotti  (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil Padre Júlio Lancellotti

.

Conhecido por seu papel na coordenação da Pastoral do Povo de Rua, o padre Júlio Lancellotti, pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, anunciou no domingo passado, 14, a interrupção de suas atividades nas plataformas digitais. O religioso soma, em apenas um perfil nas redes sociais, mais de 2 milhões de seguidores.

O afastamento, apontado como uma determinação da Arquidiocese de São Paulo, ganhou projeção pública e suscitou debates sobre a atuação de instituições tradicionais diante de lideranças religiosas que acumulam popularidade no ambiente virtual.

Em nota pública, Lancellotti ressaltou que, apesar de suspender as transmissões, as missas dominicais permanecem normalmente em seu espaço físico. Por outro lado, as redes sociais não serão movimentadas "por um período de recolhimento temporário".

A própria temporalidade vira uma questão: qual o significado de "temporário" em um ambiente que preza a circulação contínua de opiniões e a interação permanente? A decisão de um recolhimento contrasta com a dinâmica das redes, e os 2,4 milhões de internautas que acompanham o padre parecem dispostos a procurar uma resposta.

Os comentários no perfil do cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, foram limitados. Migra-se, então, para a última postagem do padre Júlio Lancellotti — o fluxo de questionamentos, concentrados na ausência do religioso, evidencia as dificuldades de conter o debate no ambiente digital.

O que você achou desse conteúdo?