Desde 1978, ano marcado por sua dedicação, a Catedral Metropolitana de Fortaleza já acolheu milhares de fiéis e religiosos. Nesta segunda-feira, 22, em paralelo aos 47 anos de fundação, o templo abre as portas a mais uma solenidade — a ordenação de 16 diáconos na Capital.
A cerimônia, presidida pelo arcebispo metropolitano de Fortaleza, dom Gregório Paixão, e concelebrada pelo clero arquidiocesano, reuniu sete seminaristas da Arquidiocese de Fortaleza, quatro da Comunidade Católica Shalom e cinco religiosos do Instituto Filhos de Sant’Ana. O grupo receberá o primeiro grau do Sacramento da Ordem.
“O diaconato é serviço, é se colocar a serviço da obra de Deus, principalmente da obra de caridade. Então, antes de chegar ao presbiterato, nós temos um ano de grande preparação para que a gente tenha consciência de que a coisa mais importante que nós precisamos fazer é inegavelmente levar Jesus Cristo através da nossa fé”, reflete o arcebispo.
Chamados pelo nome completo, os futuros diáconos se apresentaram a uma igreja lotada. Ao redor, os bancos da catedral compartilhavam o espaço com as cadeiras de plástico posicionadas nas laterais — todos devidamente ocupados.
“O diácono Alex (Mytchell Mendonça de Isidoro) faz parte da paróquia Nossa Senhora da Piedade, é filho da nossa paróquia, e eu conheço ele desde criança”, aponta o auxiliar administrativo Fábio Paula, 46, que assiste à cerimônia religiosa com a família.
Com o filho no colo, Fábio explica que Alex será o primeiro diácono da paróquia, o que representa um momento de orgulho aos fiéis. “Isso é uma renovação. Todo mundo precisa dessa renovação em Cristo, certo? Precisamos de novos santos na nossa Igreja para que eles sejam exemplos”, completa.
VEJA | Programação das missas de Natal e Ano-Novo em Fortaleza e Região Metropolitana
O ministério diaconal é caracterizado pelo exercício de três deveres próprios. O diácono, segundo as normas do Vaticano, é chamado a “proclamar a Escritura e a instruir e exortar o povo”, ação expressa com a entrega do livro dos Evangelhos.
O religioso também pode exercer outras atividades, como a oração e a administração do batismo, além da conservação e distribuição da Eucaristia. Cabe ainda ao diácono assistir e abençoar matrimônios, presidir ritos fúnebres e administrar sacramentos, dedicando-se ainda às obras de caridade e de assistência.
“É interessante a igreja de Fortaleza fazer ordenações no dia 22 de dezembro, que é dia da dedicação da Catedral. Muitos padres daqui celebram seu aniversário de ordenação hoje”, diz a missionária da Comunidade Shalom, Gabriella Dias, 48. “Eles celebram a igreja viva que eles são e a igreja templo, que é a catedral”.
Para Gabriella, as duas celebrações são uma lembrança de que a Igreja Católica é uma imagem viva de seus fiéis — “Nós não estamos celebrando as paredes, nós estamos celebrando ‘pedras vivas’, que somos todos nós e, de maneira especial, os sacerdotes”.
O carinho pelos dois eventos significativos é compartilhado pelo nutricionista Mateus Esmeraldo, 26, que celebra a ordenação dos cinco seminaristas do Instituto Filhos de Sant’Ana: “Para eles chegarem a se ordenar diáconos, com certeza foi uma caminhada muito grande de estudos, de oração e de desafios. Então, representa muito a graça de Deus em nós”.