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Fortalezenses estão ouvindo mais rádio
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Fortalezenses estão ouvindo mais rádio

Neste ano, o tempo médio diário é de 4h55min, segundo pesquisa Inside Radio 2020, da Kantar Ibope Media. Meia hora a mais do que em 2019
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CARLOS Matos foi entrevistado ontem por Italo Coriolano, João Marcelo Sena e Rachel Gomes na Rádio O POVO CBN (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução CARLOS Matos foi entrevistado ontem por Italo Coriolano, João Marcelo Sena e Rachel Gomes na Rádio O POVO CBN

Três em cada cinco brasileiros ouvem rádio todos os dias no Brasil. E na Grande Fortaleza esta relação é ainda mais forte. Em 2020, são, em média, 4 horas e 55 minutos diários consumindo a mídia, enquanto a média nacional é de 4 horas e 41 minutos. É também meia hora a mais do que o tempo médio de consumo constatado em 2019.

Os dados fazem parte da pesquisa Inside Radio 2020, feita pela Kantar Ibope Media, em 13 regiões metropolitanas do País. Fortaleza, junto com Recife, despontam no Nordeste como os locais onde há um maior percentual de ouvintes. Segundo o levantamento, 82% da população ouviu rádio nos últimos trinta dias. Acima da média nacional que é de 75%.

E não se trata apenas de ouvir rádio no trajeto para o trabalho. Um dos impactos da pandemia verificados pela pesquisa são que 78% dos entrevistados declararam ouvir rádio em casa. São oito pontos percentuais a mais do que em 2019. Além disso, 75% afirmaram consumir a mídia com a mesma intensidade e 17% disseram que, após o isolamento social, passaram a ouvir muito mais.

Em Fortaleza, esse impacto na audiência pôde ser constatado também pelo aumento das interações dos ouvintes no dia a dia, afirma Wagner Mendes, coordenador artístico da rádio Nova Brasil Fortaleza, especializada em música brasileira. Ele diz que, na pandemia, essa relação do ouvinte com a rádio ficou mais acentuada.

"Este carinho a mais, que sempre acompanhou o rádio, a ideia de ele ser um companheiro das pessoas, seja na ida ao trabalho, durante o horário de trabalho ou nas tarefas de casa, neste período de distanciamento social ficou ainda mais evidente. Muitas pessoas publicaram nas redes sociais que para aguentar esse isolamento só na companhia de uma rádio de qualidade", afirmou.

O estudo também mostrou que o distanciamento social ampliou a conectividade rádio e internet, aumentando o tempo de acesso ao meio pela web e as interações nas redes sociais. Por exemplo, ao longo do 1º semestre, foram publicados mais de 3,5 milhões de tweets sobre rádio.

Os podcasts, formato muito utilizado para alcançar os ouvintes sob demanda, também conquistaram 24% do público durante o período de distanciamento social, segundo a Kantar. Desses, 7% ouviram podcast pela primeira vez e 10% aumentaram o consumo. E há um espaço maior dedicado às lives. O formato tem agradado. Conforme a pesquisa, 75% dos ouvintes de rádio declararam ter assistido lives durante a pandemia.

No caso da rádio O POVO CBN, esses são recursos mais usuais, principalmente, quando se trata de canais como Youtube e Facebook, afirma o diretor responsável, Erick Guimarães. Ele explica que já há, inclusive, um programa local diário na rádio em que parte dele fica sendo transmitido exclusivamente pelo Facebook.

"Esse crossmedia (distribuição de serviços, produtos e experiências por meio das diversas mídias) tem sido um reforço importante de marca e de audiência, mas o espírito é o mesmo: manter a proximidade do veículo com o ouvinte. O que muda é que ele passa a decidir se quer ouvir a rádio com imagem ou não. E acho que estamos caminhando cada vez mais para ser multiplataforma".

Erick ressalta ainda que a pandemia despertou um interesse maior dos ouvintes por Jornalismo de qualidade. "A gente percebe uma demanda intensa por informação. Em determinado momento isso está muito relacionado à questão da pandemia, situação da cidade, da saúde, saber como estão os hospitais. E, com o passar do tempo, o interesse da audiência vai migrando para o noticiário mais amplo. A questão eleitoral, por exemplo, tem se mostrado muito forte".

 

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