O isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19 impulsionou o crescimento das transações comerciais online. Dados consolidados pela Câmara Brasileira de Economia Digital mostram que, entre janeiro e novembro de 2020, o faturamento gerado pelo comércio virtual no País registrou uma alta de 238% se comparado ao mesmo período de 2019.
Esse aumento das transações financeiras online tem ocasionado um fortalecimento das plataformas digitais de pagamento e representa para alguns especialistas uma nova dinâmica na economia nacional. “É um ambiente em que as empresas, o microempreendedor, todos os comerciantes se viram obrigados a se modernizar'', afirma o economista Érico Veras.
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Surgindo como ferramenta que busca fornecer um canal de consumo mais simples e dinâmico, as plataformas e aplicativos de pagamento digital atuam como facilitadores no comércio de qualquer bem e/ou serviço no ambiente virtual, agregando em um só canais múltiplas formas de pagamento, seja por QR code, código de autenticação ou mesmo apenas com um link. Com menores taxas por transação e com menor necessidade de infraestrutura, tais ferramentas assumem como foco inicial comerciantes de médio e pequeno porte.
A rápida implementação de tais plataformas foi a principal escolha feita pelos micro e pequenos negócios que tentavam sobreviver diante das determinações de paralisação do comércio por causa da Covid-19, conforme analisa Érico. “Quem não tinha um sistema de compra online consolidado, precisou investir ou terceirizar para tentar continuar com as atividades sem o consumo presencial, essas plataformas foram impulsionadas por essa demanda”, detalhou.
O total movimentado por pagamentos digitais entre janeiro e setembro de 2020 chega a R$ 306,9 bilhões, segundo o último balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs), divulgado no fim do ano passado. Os dados levam em consideração toda e qualquer compra de bens/serviços cujo pagamento tenha sido feito por canais virtuais.
Para o ano de 2021, o setor deve seguir em expansão, com acréscimo de clientes e aumento na movimentação financeira diante da incerteza política e das ações de recuperação econômica pós pandemia. Ele afirma ainda que com o retorno gradual das atividades presenciais, a procura pelos serviços dessas plataformas irá diminuir gradualmente, porém, sem deixar de existir. “O consumidor já se adaptou com essa nova gama de canais de consumo, com essa dinamicidade, seria muito difícil e problemático, retirar isso do mercado”, comenta.
Outros fatores que compõem esse cenário favorável pela expansão das plataformas digitais de pagamento são a implementação do sistema de pagamento instantâneo Pix, bem como a inserção de milhões de brasileiros em instituições bancárias digitais, por meio de contas criadas para receber o auxílio emergencial.