Nascida em 24 de agosto de 1832, Fideralina Augusto Lima destacou-se como personagem feminina relevante na história política cearense durante a República Velha.
Matriarca da Família Augusto e Chefe do Poder Local de Lavras da Mangabeira/CE, Dona Fideralina ocupou papel de liderança no estado do Ceará, participando de importantes acontecimentos políticos estaduais. Foi aliada de Nogueira Accioly, atuou no “Ciclo das Deposições” e, juntamente com filhos e netos, esteve presente no “Pacto dos Coronéis” e na “Sedição de Juazeiro”.
Sua ascensão política ocorreu em um período no qual as mulheres eram excluídas do espaço público, sem direito ao voto. Nesse contexto, sua atuação rompeu barreiras impostas pelas estruturas patriarcais, tornando-a um caso singular dentro do coronelismo.
Fideralina exercia ampla influência na política. Sob sua orientação, filhos alcançaram mandatos de vereador, deputado estadual e deputado federal. Entre eles, destacou-se o Coronel Gustavo Augusto Lima, que, após a queda de Franco Rabelo, tornou-se vice-governador do Estado do Ceará, ao lado de Padre Cícero Romão Batista.
O legado político da família Augusto atravessou gerações. Atualmente, dois de seus descendentes atuam na Assembleia Legislativa do Ceará: os deputados estaduais Heitor Ferrer (trineto) e Cláudio Pinho (tetraneto). O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, também é seu tetraneto, mantendo viva a tradição política da família.
A trajetória de Fideralina foi amplamente estudada por autores como Rachel de Queiroz, Joaryvar Macedo, Melquíades Pinto, Dimas Macedo, Rejane Augusto, Cristina Couto e Rui Martinho Rodrigues, consolidando sua importância histórica.
Sou seu tetraneto e recentemente concluí o curso de bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Em meu trabalho de conclusão abordei a liderança marcante da Matriarca da Família Augusto, porém sob um olhar voltado para a categoria “Coronelismo”, tendo como objetivo a descrição do legado sociológico, político e histórico de Fideralina Augusto Lima, para que sua trajetória não seja apagada, nem esquecida pelas futuras gerações.