Segundo o IBGE, a rede urbana brasileira se organiza sob duas dimensões: centros urbanos e regiões de influências, definidas pelas conexões entre cidades de menor e maior porte. Essa rede é hierarquizada em: metrópoles, das quais todas as cidades do país recebem influência; capitais regionais, que concentram atividades de gestão e têm influência regional mais limitada que as metrópoles; centros sub-regionais, que possuem gestão menos complexa e áreas de influência de extensão ainda mais restrita; centros de zona, cidades com níveis somenos de gestão e que polarizam número inferior de cidades vizinhas; centros locais, que exercem influência reduzida aos próprios limites territoriais.
No Ceará, Juazeiro do Norte e Sobral são capitais regionais; Aracati, Baturité, Camocim, Crateús, Iguatu, Itapajé, Itapipoca, Limoeiro do Norte, Pacajus, Quixadá, Russas e Tianguá são centros sub-regionais. Em suas respectivas escalas de influência, ofertam governança, economia, educação, saúde e transporte, entre outros serviços, atendendo às necessidades locais e regionais; operam como centros intermediários entre áreas rurais e grandes centros urbanos; e desempenham funções logísticas, comerciais, administrativas e de distribuição de serviços junto às redes regionais, favorecendo a integração territorial.
A diversidade setorial caracteriza a socioeconomia dessas cidades: indústrias locais, centros de distribuição, polos educacionais e de saúde com raio de atendimento regional incrementam os ecossistemas produtivos e estimulam o empreendedorismo local. Tal predicado propicia a geração de emprego, retém a população e reduz os fluxos migratórios para as metrópoles.
Limitação de recursos financeiros, baixa disponibilidade de dados e dependência de transferências intergovernamentais são desafios da governança urbana, que comprometem a execução de políticas públicas e reduzem a autonomia e a capacidade de resposta às demandas municipais.
Levando-se em conta as particularidades locais, faz-se fundamental valorizar essas cidades como centros socioeconômicos e indutores de um ecodesenvolvimento que fortalece as conexões territoriais e contribui para a redução das desigualdades regionais.