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A improvável cientista brasileira "Nobel" da Agricultura
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A improvável cientista brasileira "Nobel" da Agricultura

|Agronegócio sustentável | Ela leva como luta o crescimento do uso de fertilizantes biológicos e tem no extenso currículo o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025
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É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina. Mariangela atua também na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e na Sociedade Brasileira de Microbiologia (Foto: Antonio Neto/Embrapa Soja/Divulgação)
Foto: Antonio Neto/Embrapa Soja/Divulgação É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina. Mariangela atua também na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e na Sociedade Brasileira de Microbiologia
 

 

Ela não era para ser nada na vida, mas conseguiu. Essa é uma frase, não exatamente com essas palavras, mas que a própria entrevistada tem como uma de suas descrições. Nascida no fim da década de 1950, a agrônoma Mariangela Hungria relata que sentiu o peso do machismo.

Foi seguir carreira em uma área dominada por homens, engravidou por acidente, teve uma filha especial. Os requisitos, para quem lê no século XXI, encaixam-se com muitas realidades. Mas, à época, poderiam ser motivo para deixá-la de escanteio.

Mariangela Hungria no Laboratório de Biotecnologia do Solo da Embrapa Soja, em Londrina (PR)(Foto: Luciano Pascoal/Arquivo Embrapa Soja)
Foto: Luciano Pascoal/Arquivo Embrapa Soja Mariangela Hungria no Laboratório de Biotecnologia do Solo da Embrapa Soja, em Londrina (PR)

O que não aconteceu devido ao seu talento e dedicação, e também por duas principais ajudas em seu caminho. Por toda a vida, teve na avó Edina o incentivo a ser o que quisesse, e da qual ela guarda, além de boas memórias, dois livros de presente: “A vida dos microbiologistas” e outro sobre a história da cientista polonesa Madame Marie Curie "Foi uma física e química polonesa naturalizada francesa, que conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade" .

Teve também a sua mentora científica, Johanna Döbereiner, que chefiava a Embrapa Biologia e foi uma guia na carreira.

 

Por que eu não posso ser aviadora? Eu nunca era vista como uma protagonista. Era sempre o apoio à pessoa central e importante que era meu irmão homem. Minha avó (Edina) já era super o contrário. Ela nunca falou disso.

 

Hoje, Mariangela leva como luta o crescimento do uso de fertilizantes biológicos e tem no extenso currículo o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025 (World Food Prize - WFP), conhecido como o "Nobel" da Agricultura.

Sua pesquisa de mais de 40 anos é dedicada ao desenvolvimento de tecnologias em microbiologia do solo. A principal ênfase é na substituição total ou parcial de fertilizantes químicos por microrganismos.

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