Recém-empossado como presidente estadual do Partido Novo, o empresário Geraldo Luciano afirmou que a disputa pela Prefeitura de Fortaleza no ano que vem é uma das prioridades da legenda no País.
A declaração foi dada durante evento da sigla ontem, em hotel na Capital. Presidente nacional do Novo e ex-candidato à Presidência, João Amoêdo, que participou da cerimônia, confirmou que a cidade é estratégica para os planos de crescimento da agremiação, que elegeu oito deputados federais e um governador (Minas Gerais) em 2018.
"Primeiro pela importância da cidade. Fortaleza é o quinto maior orçamento do Brasil. Depois porque está no Nordeste, um lugar onde a gente tem muita coisa pra fazer", afirmou Amoêdo em conversa com O POVO.
Segundo o dirigente, uma gestão à frente da Prefeitura "poderia ser uma referência" para o restante do Brasil. De acordo com ele, um dos fatores que estimulam o Novo a apostar na eleição municipal é a receptividade de Fortaleza às novidades políticas.
O empresário citou, então, a vitória de uma mulher em 1985, Maria Luíza Fontenele, escolhida prefeita. "A gente quer trabalhar pra estar bastante competitivo em 2020", acrescentou.
Questionado se Geraldo Luciano seria a novidade da sigla na corrida pelo Paço ano que vem, Amoêdo falou que "ele está animado". E completou: "Pela minha experiência, quem começa (no partido), gosta e vai ganhando ainda mais disposição".
O empresário cearense, que deixou o cargo de vice-presidente de Investimentos e Controladoria do grupo M. Dias Branco ano passado e chegou a ser cotado para concorrer às eleições pelo PSDB, evitou fazer projeções sobre 2020.
"É cedo pra gente fazer qualquer avaliação. A política está mudando tão rápido", respondeu. Geraldo Luciano, porém, admitiu que, embora "o momento não seja para discutir nomes", o Novo tem objetivo de estruturar-se em Fortaleza, fundando dez núcleos até meados do segundo semestre.
"Se esse trabalho for bem feito, vamos chegar em setembro e outubro deste ano com nomes para analisar", disse. "O foco é dar condições ao partido para que possa participar do processo eleitoral. A gente só pode disputar um campeonato com chances de ganhar se tivermos a estrutura."
Além da discussão sobre o cenário local, o encontro também se destinou à análise de temas nacionais, como o governo de Jair Bolsonaro (PSL), reforma da Previdência e segurança pública.
Para Amoêdo, o governo precisa ter serenidade em meio à crise que resultou na demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência. "O Bolsonaro não está mais em campanha", disse.
O candidato do Novo terminou as eleições presidenciais de 2018 em 5º lugar, com 2,5% dos votos, à frente de postulantes tradicionais, como a ex-senadora Marina Silva, da Rede, e o ex-ministro da Fazenda dos governos de Lula e Michel Temer, Henrique Meirelles (MDB).
AMOÊDO
Confira entrevista com João Amoêdo, transmitida pelo Facebook do O POVO Online em www.facebook.com/opovoonline