As águas da Transposição do Rio São Francisco deverão chegar ao Castanhão até março de 2020, através do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). De acordo com o titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, o abastecimento acontecerá. Existe, porém, empenho de R$ 97 milhões do Governo Federal sem data de pagamento prevista e pendências de serviços na estrutura de segurança do CAC.
De acordo com Teixeira, a chegada do Velho Chico ao Ceará foi estimada a partir do anúncio de que, dia 30 deste mês, começará o último dos três bombeamentos do Eixo Norte da transposição. A data do acionamento das bombas foi divulgada semana passada pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.
"Se eles (do Ministério) conseguirem iniciar esse processo e se não tiver mais nenhum problema, a previsão deles é que lá pro fim do ano, dezembro, a água chegue em Jati (município a 525 km de Fortaleza). A água entra no quilômetro 53 (extensão do Trecho Emergencial), no Riacho Seco, desce pelo rio Salgado, rio Jaguaribe. Então, é final de fevereiro, março, para essa água chegar no Castanhão", desenha o secretário. A projeção é feita junto com a expectativa de que o dinheiro empenhado chegue para cobrir dívida de R$ 48 milhões com os empreiteiros da obra.
Ontem à noite, reunião entre integrantes da Comissão Especial para Acompanhamento das Obras da Transposição do Rio São Francisco, da Assembléia Legislativa do Ceará (AL-CE), e o ministro Gustavo Canuto, terminou sem definição de prazo para o pagamento.
"O tom da conversa foi que o Ministério tem dado prioridade à busca de recursos para a obra da Transposição. Mas para o CAC não há previsão de desembolso dos R$ 97 milhões empenhados", contou o deputado estadual Guilherme Landim (PDT).
Conforme o parlamentar, o executivo federal compreende a complexidade da obra e ressalta ainda desencontros de informações junto ao Governo do Ceará. "Precisaria ainda ser visto se realmente, hoje, com a chegada da água em Jati, se ela conseguiria já passar pelo Cinturão", ponderou o deputado.
A Comissão, ainda de acordo com Guilherme Landim, buscará informações mais concretas junto à SRH sobre como a operação do CAC seria viabilizada. "Se suscitou essa dúvida. Se com a água chegando agora as pendências estariam resolvidas para que já possa passar", destacou. (colaborou Sara Oliveira)