Pré-candidato a prefeito de Fortaleza, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) deu a senha do que deve ser a postura dele, durante a campanha eleitoral, em relação ao grupo político da família Ferreira Gomes, integrado por Ciro, Cid e pelo atual prefeito da Cidade, Roberto Cláudio, todos do PDT.
Embora o grupo governista ainda não tenha lançado nome à disputa, seguindo tradição de publicizar definição somente por volta de junho, o policial militar da reserva antecipou alfinetada aos pedetistas. Ele afirmou que não quer "debater com um poste", o que sugeriu ser a realidade do chefe do Executivo municipal, inclusive.
"Vou citar aqui sem nenhum demérito, mas quando a gente pega o vínculo que o prefeito tem com a família Ferreira Gomes, a gente sabe que há gratidão muito grande, que acaba fazendo com que o prefeito atenda muitos dos pleitos dos Ferreira Gomes", disse o policial militar da reserva. E adicionou: "Chegando a ponto de dizer que quem manda na Cidade, as pesquisas apontam isso, são os Ferreira Gomes."
O parlamentar esteve no Grupo O POVO na manhã desta terça-feira, 14, para participar do segundo dia da série de entrevistas com os pré-candidatos ao Paço Municipal. Todos os convidados foram e serão entrevistados pela Rádio O POVO/CBN e O POVO Online. Antecedeu Wagner o deputado estadual Heitor Férrer, que abriu a sequência nessa segunda-feira, 13.
Mesmo que tenha sido apoiado por Eunício Oliveira (MDB) em 2016, ano no qual disputou segundo turno da eleição majoritária com Roberto Cláudio, e tenha estado junto do senador Tasso Jereissati (PSDB) em 2018, quando deu apoio a General Theophilo, candidato tucano derrotado ao Governo do Ceará, Wagner frisou que não é submisso a nenhum cacique político. "Não tenho liderança acima de mim que me imponha qualquer determinação que eu seja obrigado a cumprir. Tenho lideranças que estão no mesmo patamar que eu", definiu em entrevista ao O POVO Online.
Segundo argumenta, o nível do debate "será reduzido" se o candidato governista for "um poste". O PDT ainda não possui pré-candidatura definida. Hoje, os nomes mais cotados do partido e do grupo são os do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, José Sarto, e o do secretário de Governo de RC, Samuel Dias.
Sarto é ferreiragomista de primeira hora e dispõe da confiança dos líderes do grupo. No biênio 1992-1994, foi presidente da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). Assumiu a Prefeitura interinamente diversas vezes. Dias comandou a pasta de Infraestrutura no primeiro mandato de RC. Hoje na titularidade da Segov, é responsável por tocar obras da Prefeitura, tidas como dos principais trunfos da gestão.
Wagner relembrou comentário feito durante evento do Podemos, partido aliado liderado pelo senador Eduardo Girão. Foi quando convidou Ciro Gomes a ser candidato a prefeito, dia 30 de novembro de 2019.
Diferentemente do que foi dito ao final do vídeo, o entrevistado desta quarta-feira, 15, é o deputado federal Célio Studart (PV), que pode ser outro quadro na disputa ao Executivo neste ano. Às 9 horas, ele estará na Rádio O POVO/CBN. Nos dias seguintes, na ordem, Carlos Matos (PSDB) e Renato Roseno (Psol).