Pré-candidato a prefeito de Fortaleza, o deputado federal Heitor Freire (PSL) reconhece avanços na gestão do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), no aspecto da mobilidade urbana. Avalia, porém, que os feitos na área deveriam vir acompanhados de projetos de arquitetura e urbanismo, o que entende não ter ocorrido. Freire pensa que "nenhum fortalezense" pode sentir pertencimento à Capital com a ausência de áreas verdes e planejadas.
"Falta essa questão do 'sentir bem', a cidade está ficando muito amontoado de cimento", reclamou. Outro ponto considerado gargalo pelo pesselista em entrevista concedida ao O POVO nesta segunda-feira, 27, é o da saúde pública. Frisa que, embora prédios tenham sido construídos, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ainda faltam médicos que atuem nestes locais. "Se tem dinheiro para fazer reforma na Beira Mar, por que não tem que ter dinheiro para cuidar de algo tão básico?", questionou.
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Noutro ponto da crítica realizada, Freire se somou a todos os pré-candidatos entrevistados pelo O POVO na série de entrevistas realizada até aqui. Ao falar sobre saneamento básico, destacou que bairros periféricos estão precarizados, sugerindo que a administração municipal dá de ombros para bairros afastados do Centro.
Questionado, então, sobre o que faria de diferente para reverter quadro que ele mesmo desenhou e em quanto tempo promoveria tais mudanças, Freire afirmou que levaria a cabo medidas de curto e longo prazo. "Existem medidas que vão ter resultados depois de quatro anos. O município tem inchaço nas contas muito grande, a máquina está muito inchada e (a redução) tem que ser feita de forma consciente. Agora não posso chegar e reduzir logo porque o cidadão terá reflexo muito imediato", ele opinou.
A saúde pública, diferente da máquina municipal, é área que pode ser solucionada facilmente. Apesar disso, ele não detalhou especificamente o pensamento dele para melhorar o quadro que se tem em Fortaleza.
Freire falou que a Cidade necessita de perfil de gestor e administrador. "Tenho como fazer minha
contribuição. Tenho formação internacional. Morei mais de uma década fora do Brasil. Conheci cidades que deram certo e tenho como aplicar isso em Fortaleza."
Em processo de descolamento do bolsonarismo, apesar de ainda denominar-se apoiador do Planalto, Freire diz que é pré-candidato da moderação, aberto ao diálogo. Na campanha, inclusive, assegurou que não só criticará os anos de Roberto Cláudio à frente da Prefeitura, mas apresentará ideias para o município.