Reunião entre membros da Mesa Diretora e lideranças da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) ocorreu na tarde de ontem para debater medidas que serão tomadas para assegurar a boa conduta de parlamentares quando estiverem no plenário da Casa. O encontro ocorreu um dia após o bate-boca entre os deputados Osmar Baquit (PDT) e Leonardo Araújo (MDB), que precisaram ser contidos por colegas para evitar enfrentamento físico.

Uma das preocupações do presidente da AL-CE, José Sarto (PDT), é evitar que as eleições municipais de outubro interfiram no dia a dia do Legislativo Estadual. O caso da última terça-feira, 10, foi um exemplo que teve como pano de fundo uma disputa essencialmente política no Estado. Mais especificamente na Região dos Inhamuns, base eleitoral do ex-vice-governador Domingos Filho, de sua esposa Patrícia Aguiar e de seu filho Domingos Neto, hoje deputados estadual e federal, respectivamente.

Durante a discussão, Baquit, aliado da família de Domingos, chamou Araújo de "moleque" e "vagabundo". Leonardo, por sua vez, acusou Osmar de "vender o TCM", extinto Tribunal de Contas dos Municípios. Além disso, disse que ele era "garganta de aluguel" e "pipoca", este último termo em referência à quadrilha de criminosos atuante em Quixadá.

Em publicação nas redes sociais, Sarto informou que reuniu os deputados logo após discussão no Plenário. "Eles se desculparam pelos excessos e concordaram em se retratar com a sociedade cearense. A democracia nos impõe respeito e zelo com os espaços públicos de debate", escreveu.

Mês passado, Sarto pediu aos deputados que evitassem promover debates eleitorais na Casa. "Todos são responsáveis para não usar a tribuna como palanque", afirmou naquele momento. O Regimento Interno da AL-CE versa que é dever dos parlamentares manter o decoro e zelar pela imagem da Casa. Descumpri-lo pode acarretar sanções que vão de censura verbal à perda de mandato.