As discussões políticas para a disputa pela Prefeitura de Juazeiro do Norte, terceiro maior colégio eleitoral do Ceará, seguem movimentadas. O empresário Gilmar Bender (PDT), confirmou durante entrevista à Rádio CBN Cariri, na última quinta-feira, 10, que continua como pré-candidato ao Executivo Municipal. A declaração gera descompasso com posicionamento do diretório estadual do partido, que vem indicando apoio à reeleição do prefeito Arnon Bezerra (PTB).
Apesar da possível pressão para uma aliança com a atual gestão, Bender tem reforçado vontade e trabalho para que a sigla lance a candidatura própria. Sobretudo porque garante ter o apoio do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para tal. "Estamos trabalhando há mais de dois anos na construção de um projeto político. Nessa reta final de pré-campanha, antes das convenções, a nossa pretensão é continuar com a chapa, mas sempre conversando e dialogando com as lideranças do Cariri", afirmou.
O pedetista, que preside a legenda em Juazeiro do Norte, adiantou ainda que a escolha do vice deve ocorrer até o próximo dia 16, data final estipulada pela Justiça Eleitoral para a realização das convenções partidárias. A pressão para que Bender abandone a disputa parte do núcleo dos Ferreira Gomes, em especial do senador Cid Gomes, que já publicizou apoio à reeleição do prefeito Arnon.
Apontamentos mais recentes de Bender rebatem posição anterior do diretório estadual sobre a não candidatura da sigla no maior município do Cariri cearense. Em nota à imprensa, divulgada nessa semana, ele dirigiu-se ao senador pedetista.
"Cid é uma pessoa inteligente e sabe a importância da nossa cidade para o Ceará e para o Brasil e por certo há de reconhecer que o PDT, por meio da minha pré-candidatura, resgatará os valores culturais e éticos. Além do meu compromisso com as pessoas de geração de emprego e melhoria da saúde", escreveu.
O impasse pode acabar favorecendo o caminho de Bezerra na busca por um segundo mandato consecutivo. Fato inédito no município que desde que a reeleição foi instituída no Brasil, em 1997, jamais reelegeu um prefeito para mais quatro anos no poder. (colaborou Alan Melo/especial para O POVO)