A ser formalizada em convenção nesta terça-feira, 15, adesão do PSDB e do DEM à candidatura de José Sarto (PDT) garantirá ao pedetista mais que o dobro do tempo de propaganda em Rádio e TV da segunda maior coligação da disputa, do deputado Capitão Wagner (Pros).
Isso porque, segundo a lei em vigor, o tempo do horário eleitoral tem como base - além de uma parcela de 10% dividida igualmente entre todos os candidatos - o tamanho proporcional das bancadas eleitas em 2018 para a Câmara Federal pelos seis maiores partidos da coligação. Em vias de fechar aliança com dez siglas, Sarto não usará sequer o tamanho do próprio partido, o PDT.
Ao todo, as seis maiores bancadas da coligação - PP, PSD, PL, PSB, PSDB e DEM - somarão 194 deputados federais. Em segundo lugar, o arco de alianças de Wagner, que tem nove partidos, reúne com suas seis maiores siglas - Republicanos, Podemos, PSC, Pros, Avante e PMN - apenas 67 representantes na Câmara dos Deputados.
Logo após aparecem Luizianne Lins (PT) e Heitor Freire (PSL), que terão na contagem apenas os parlamentares dos próprios partidos, 56 e 52, respectivamente. Heitor Férrer (SD), que conta hoje com os 13 deputados do Solidariedade, tenta fechar aliança com o MDB, o que alavancaria seu tamanho para 47 parlamentares. Na sequência estão Renato Roseno (Psol), 10, Anízio Melo (PCdoB), 9, Samuel Braga (Patriota), 5, e Célio Studart (PV), 4.
Listen to "Jogo Político" on Spreaker.
Confirmada pelo ex-deputado Carlos Matos (PSDB) nesse fim de semana, a adesão do PSDB e do DEM à candidatura pedetista será formalizada amanhã. Até quarta-feira, o PP e a Rede Sustentabilidade também devem entrar na coligação governista.
Para o presidente do PDT no Ceará, deputado federal André Figueiredo, o tamanho de Rádio e TV da coligação, no entanto, fica apenas em "segundo plano". "O mais importante é o simbolismo do apoio desses partidos, que, no caso do DEM e PSDB, mesmo não tendo convergência no nível nacional, são parceiros e são respeitados. Estamos com o DEM em São Luís, por exemplo".
Figueiredo minimiza ainda o fato de Sarto ser menos conhecido do eleitorado. "Vai ser o mesmo que aconteceu com o Camilo (Santana) em 2014. O pouco tempo não significa inviabilidade. Nós vamos trabalhar em cima do projeto que o prefeito Roberto Cláudio muito bem colocou. É a continuidade de um projeto, e o Sarto tem história e respeito".
Já Capitão Wagner (Pros), por sua vez, admite que Sarto terá mais que o dobro de seu tempo no horário eleitoral, mas destaca alternativas. "Com certeza faz falta, principalmente as inserções, que são extremamente importantes. Mas nós calculamos esse risco, e vamos focar muito em redes sociais, usar bem o tempo que tem, investir na militância".
Wagner afirma que não conta com novas adesões de partidos à sua candidatura. Ele destaca, no entanto, que tem recebido apoios diários de dissidentes de siglas que estão com outros candidatos. "No PSDB tenho apoio de todos os ocupantes de mandatos com exceção do senador Tasso, como os deputados Roberto Pessoa, Nelinho. Temos dissidentes do MDB, também o pastor Pedro Ribeiro, do PSL, estamos vendo um sentimento muito bacana".