Candidato do Pros à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner disse ontem que os perfis que impulsionaram propaganda ilegal do adversário José Sarto (PDT) no Facebook são de funcionários de uma empresa de propriedade do irmão do prefeito Roberto Cláudio, Prisco Bezerra - suplente de senador e um dos coordenadores da campanha do pedetista.
"Usaram pessoas ligadas ao irmão do prefeito", afirmou Wagner durante atividade ontem no cruzamento das avenidas Virgílio Távora e Dom Luiz, onde distribuiu adesivos e material da campanha.
Segundo ele, "o irmão do prefeito tem uma faculdade, pegaram funcionários dessa faculdade e parentes e deram dinheiro para eles patrocinarem publicações ilegais em termos eleitorais".
"A justiça já identificou isso", continua Wagner, para quem "o PDT demorou demais para escolher seu candidato e agora está desesperado para mostrar o candidato para a cidade".
Como O POVO noticiou ontem, a Justiça acolheu mais seis pedidos de liminar apresentados pelo postulante contra Sarto por difusão de propaganda irregular nas redes sociais. Os despachos, assinados pelo juiz Gerardo Magelo Facundo Jr., da 115ª Zona Eleitoral, determinam a exclusão do conteúdo veiculado no Facebook.
Nos documentos, o magistrado afirma que "a mensagem impugnada, divulgada através de rede social, causa confusão e desinformação visto que desorienta o eleitor e leva o mesmo ao engano de acreditar no apoio do atual governador filiado ao PT à candidatura concorrente (de Sarto)".
O juiz acrescenta que "o pedido liminar formulado merece acolhimento" porque "pode-se identificar que o material veiculado tem conteúdo eleitoral constando o intento de confundir o eleitor ao atrelar a imagem do governador Camilo Santana à imagem do candidato a prefeito José Sarto, ferindo o princípio da transparência e lisura que devem permear as ações de todos que pretendem concorrer no pleito eleitoral".
Em seguida, estabelece a notificação do Facebook para que retire as publicações num prazo de 24 horas, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento da decisão.
Na segunda-feira, 28, outro juiz já havia decidido pela retirada de uma postagem semelhante na mesma rede social. Até agora, sete liminares foram proferidas a favor de Wagner, que ingressou com 24 ações, todas por desrespeito à legislação que rege a difusão de propaganda eleitoral.
Ainda de acordo com o representante do Pros na disputa, "sendo comprovado que foi alguém ligado ao candidato (Sarto), está muito claro o abuso do poder econômico e por conta disso a candidatura deve ser indeferida pelo TRE-CE".
Nas postagens, parte delas já apagadas, as imagens de Sarto e de Camilo aparecem lado a lado. Como PT e PDT não são aliados formalmente no pleito e o PT tem uma candidata na disputa, a ex-prefeita Luizianne Lins, a associação configura conduta vedada.
Questionado ontem sobre o peso que a influência do governador pode ter para definir a eleição em Fortaleza, Wagner respondeu que a cidade precisa de um gestor com autonomia.
"Acho que Fortaleza quer votar num prefeito que tem autonomia e possa conduzir a cidade. Logicamente que ter apoios de figuras públicas importantes sempre agrega alguma coisa, mas não é o apoio de A ou B que vai fazer o candidato vencer a eleição. O candidato tem que ter projeto", declarou.
O POVO entrou em contato com a campanha de José Sarto para que comentasse o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta página.