O candidato do Psol à Prefeitura de Fortaleza não tem dúvidas sobre a prioridade da próxima gestão: garantir renda mínima. Ele destaca um programa destinado a mulheres chefes de família e mães solo da Capital, que, segundo ele, são "a cara de Fortaleza", disse ao ser entrevistado em sabatina promovida por O POVO com os postulantes ao Paço Municipal.
Para realizar essas medidas, Roseno cita que Fortaleza apresenta taxa anual de 10% no crescimento de arrecadação dos últimos anos. Dessa forma, tanto recursos do Tesouro Municipal quanto Operações de Crédito poderiam ser investidos nessa política voltada à redução da desigualdade social.
Ainda no campo econômico e com atenção especial às periferias, Roseno defende o fomento à economia solidária nos bairros. De acordo com o seu programa, isso se daria com a garantia da renda mínima aliada à oferta de linhas de crédito e organização das cadeias produtivas locais. Ou seja, famílias teriam renda para comprar no comércio do bairro que, por sua vez, passaria por programas de incentivo, melhorando assim, a geração de renda da Capital, explica.
Com histórico de militância pelos direitos das crianças e dos adolescentes, Roseno propõe políticas de prevenção nos lugares mais violentos. Isso se daria pela oferta de serviços, melhoria do saneamento básico, redução do déficit de moradias e oferta de projetos culturais, destaca.
"O que um jovem rapaz anseia na periferia? Reconhecimento, sentido de pertencimento, poder e capacidade de consumo. Se nós chegarmos antes com essas ofertas, ele não vai ser capturado pela lógica da organização dos mercados ilícitos", argumenta Roseno.
O advogado se diz contrário ao que chama de estigmatização da periferia. Nesse aspecto, faz crítica à gestão Roberto Cláudio, que instalou torres de segurança em bairros mais pobres e, segundo Roseno, tem investido na militarização da Guarda Municipal. "O direito à segurança vem da segurança de vários outros direitos. Não adianta investir em arma, drone, se as pessoas vão continuar passando fome e sem casa", explica.
Sem citar nomes, o candidato reitera desaprovação ao comportamento do adversário de campanha, Capitão Wagner (Pros), que apareceu no bairro Lagamar vestindo colete à prova de balas. Para o psolista, a atitude demonstrou falta de confiança na segurança da Capital e, segundo Roseno, "não tem sentido querer ser gestor sem poder andar na cidade".
O atual deputado estadual também propõe uma revisão das chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs), pontuando que há algumas que não estariam trazendo benefícios sociais. Ele argumenta que muitos desses investimentos estariam sendo destinados a bairros que já recebem muitos recursos e deixando de lado áreas mais precárias.
Assim, sinaliza uma reformulação para a "Parceria Público-Popular", mais direcionada a geração de empregos nas periferias. O candidato cita, como exemplo, movimentos de autoconstrução nas áreas pobres, que fomentariam a construção civil e ainda ajudariam a diminuir o déficit de moradias.
Finalmente, Roseno responde sobre planos para um possível segundo turno sem sua permanência na disputa. Sobre isso, afirma que "a principal tarefa de qualquer democrata é defender a democracia". Dessa forma, reforça que não redirecionaria um futuro apoio a qualquer candidatura vinculada ao bolsonarismo.
Entrevistas
As sabatinas com os candidatos têm continuidade hoje com Heitor Férrer (SD). As entrevistas têm transmissão a partir das 9 horas na Rádio O POVO CBN (FM 95,5) e nas redes sociais do O POVO Online