Líder do PSL do Ceará, o deputado federal Heitor Freire disse não possuir "nenhuma relação" com a indicação do irmão, o arquiteto Leonardo Freire, para o comando da Regional 10, que compreende bairros como Parque São José, Aracapé, Mondubim e outros.
"Eu não tenho nenhuma relação com a escolha do nome do meu irmão, arquiteto Leonardo Freire, para compor o secretariado do prefeito Sarto. Ele é presidente do PRTB e foi indicado pelo partido", disse em nota o deputado, que concorreu com Sarto na eleição deste ano.
Durante a campanha, Freire centrou diversas críticas ao governo Roberto Cláudio (PDT), aliado de José Sarto, e ao grupo político do PDT no Ceará. Eleito em 2018 como um dos principais aliados de Jair Bolsonaro no Ceará, Freire se afastou do presidente depois do racha entre Bolsonaro e a cúpula do PSL nacional, em outubro de 2019.
Mesmo sem relações maiores com o presidente, Heitor Freire fez campanha se colocando como candidato marcadamente de direita, devendo pautas próximas dos defensores do bolsonarismo no Estado. Acabou, no entanto, isolado na disputa, uma vez que aliados do presidente apoiaram candidatura de Capitão Wagner (Pros) na disputa.
Com isso, Freire acabou tendo apenas 21,2 mil votos, mesmo com expressivo investimento de campanha de R$ 3,6 milhões, fechando gasto de R$ 172 por voto, o mais elevado entre todos os candidatos à Prefeitura.
Além da divisão nacional, Freire também protagonizou um racha no PSL do Ceará com os deputados estaduais André Fernandes (hoje no Republicanos) e Delegado Cavalcante. Rompidos com Heitor, os deputados ensaiaram migrar para o Aliança Pelo Brasil, sigla que era articulada por Bolsonaro que acabou não saindo do papel para a eleição de 2020.
Na nota enviada ao O POVO, o deputado elogiou perfil do irmão, mas afirmou que continuará fazendo oposição à gestão Sarto e aos irmãos Cid e Ciro Gomes no Estado. "Leonardo tem preparo técnico para assumir a função e eu desejo que faça um bom trabalho", diz.