Após um dia de paralisação por atraso salarial, o Sindicato dos Servidores Públicos de Juazeiro do Norte (Sisemjun) entrou em acordo com a Prefeitura do município após reunião com o prefeito Glêdson Bezerra (Podemos).
No último sábado, 9, a entidade convocou todos os servidores municipais para a mobilização, alegando que o pagamento referente a dezembro deveria ter sido efetuado pela Prefeitura até o quinto dia útil de janeiro.
Segundo o presidente do Sisemjun, Marcelo Alves, o acordo com a gestão garantiu o recebimento do dinheiro na folha de pagamento até a próxima sexta-feira, 15, a ser feito integralmente e sem parcelamento.
“O pagamento será tão logo o município consiga acesso às contas bancárias para movimentação. Ele (Glêdson) informou que tudo já foi encaminhado para o banco para ser feito o processamento por trâmite legal”, disse.
Apesar do informativo sindical, a paralisação não contou com a adesão de todos os profissionais, mas de forma parcial. Representantes dos servidores da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos (Semasp) e o Sindicato dos Agentes Municipais de Segurança Pública do Estado do Ceará (Sindiguardas) não aderiram à solicitação.
“A Semasp presta serviços essenciais ao contexto urbano, portanto, uma paralisação teria impactos no cotidiano da cidade, especialmente no momento em que os serviços se encontram em readequação. Este foi um dos pontos de entendimento entre servidores e secretário", afirmou, em nota, a secretaria.
Em nota, o Sindiguardas declarou repúdio ao movimento e informou que as alegações feitas pelo Sisemjun "são precipitadas”. Mesmo assim, segundo Marcelo, o movimento sindical aconteceu de forma satisfatória e, principalmente, com uma ampla adesão de profissionais da educação e saúde.
“A avaliação é que a atividade foi positiva, mesmo com as limitações da pandemia. A gente tem setores mais fortes que é o da saúde e educação, essencialmente aqueles que mais paralisam e que têm maior entrada. É uma conquista importante”, concluiu.
O acordo acontece após o atual prefeito anunciar, na última sexta-feira, 8, em coletiva de imprensa, um balanço financeiro negativo dos cofres municipais, deixado pela gestão Arnon Bezerra (PTB). Em pronunciamento, Glêdson afirmou ter recebido a Prefeitura com um débito computado na faixa dos R$ 70 milhões.
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Mesmo com um débito na folha de R$ 23 milhões, o atual prefeito garante que está "fazendo grande esforço para enxugar a folha”, e que, ainda em janeiro, pretende ficar com R$ 20 milhões.
Segundo o Sisemjun, em dezembro de 2020, a título de transferências de FPM Líquido, Fundeb, ICMS, Fundo Saúde e Bloco de Custeio da Saúde, a gestão passada recebeu recursos financeiros que totalizam R$ 39,68 milhões.
Em defesa, Arnon reconheceu que seu governo teve problemas no fim do ano passado, defendendo que a pandemia do novo coronavírus foi fator decisivo para o atual quadro. Ele alega que as eventuais dificuldades “aconteceram no mundo inteiro” e que o investimento na saúde foi pesado durante sua gestão, inclusive, sem nenhuma demissão.