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Prorrogação do auxílio centraliza debate entre Rossi e Lira
Politica

Prorrogação do auxílio centraliza debate entre Rossi e Lira

| Sucessão na Câmara | A poucas horas de viajarem ao Ceará em busca de votos da bancada do Estado, candidatos falam em respeito ao "teto" para pautar no Legislativo a continuidade do benefício
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Arthur Lira e Balei Rossi - a disputa (Foto: Montagem)
Foto: Montagem Arthur Lira e Balei Rossi - a disputa

Dois dias antes de viajarem ao Ceará em busca de votos junto à bancada do Estado, os dois candidatos à Presidência da Câmara dos Deputados falaram ontem sobre colocar em pauta na Casa a prorrogação do auxílio emergencial. Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (Progressistas-AL) adotaram com discursos diferentes, mas concordando quanto ao respeito ao "teto de gastos".

Rossi afirmou que uma das prioridades atualmente tem de ser o fortalecimento do Bolsa Família ou a extensão do auxílio emergencial enquanto a população não estiver vacinada contra a Covid-19.

Ele ponderou, contudo, que qualquer solução na área social tem de se enquadrar dentro do teto de gastos. "É uma questão de reorganizar despesas. Governar é eleger prioridades", disse o aliado do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Lira, por sua vez, pregou calma para se encontrar uma solução sobre o fim do auxílio emergencial, sem ferir o teto de gastos. "Não sou mágico, não tem como propor uma solução no curto prazo, sem abalar o que todo mundo preza", disse Lira sobre o risco de extrapolar o orçamento da União e arranhar a credibilidade do País frente a investidores.

"Não dá pra falar vamos votar o auxílio agora sem falar de onde tirar recurso", afirmou o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

As declarações de Baleia Rossi e Arthur Lira foram dadas durante o cumprimento de agendas que têm como intuito a busca por apoios de outros parlamentares.

Rossi viajou a Florianópolis para conversar com deputados catarinenses, enquanto Lira ficou em Brasília e se reuniu com outros colegas de Câmara.

Nas agendas de amanhã, Baleia vai, juntamente com Rodrigo Maia, encontrar o governador Camilo Santana (PT) no Palácio Abolição às 15 horas. À noite, Lira estará com deputados da bancada cearense em jantar arregimentado pelo deputado AJ Albuquerque (PP).

Apoiado por uma coalizão de 11 partidos, o presidente do MDB e líder da sigla na Câmara disse que acredita na fidelidade dos parlamentares das legendas que embarcaram na sua candidatura. Do outro lado, o líder do centrão conta com defecções nas fileiras de Baleia para ampliar seu placar de votação em 1º de fevereiro.

O maior desafio para Baleia será conseguir o consenso entre outros 10 partidos que o apoiam na disputa: DEM, PT, PSL, PSB, PDT, PCdoB, PSDB, PV, Cidadania e Rede. Se fosse garantida a fidelidade dos parlamentares aos partidos, Baleia teria 281 votos, dos 256 votos necessários para a vitória.

"Vamos conversar com todos os parlamentares dos 11 partidos que estão nos apoiando nesta caminhada e de todos os demais partidos, porque eu acredito que o Parlamento pode contribuir muito se ele for uma união da voz de cada um dos parlamentares", disse Baleia.

Outro tema abordado pelo candidato do MDB foi colocar em pauta os pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro. Baleia Rossi afirmou que eventual novo pedido de impeachment será tratado "com muita clareza e objetividade" e dentro do que manda a Constituição.

"É prerrogativa do Parlamento, e nós não podemos abrir mão de nenhuma prerrogativa", afirmou.

A afirmação ocorre após cobrança da cúpula do PT, que questionou declarações do deputado sobre o assunto. No domingo, 10, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), tornou público que um dos itens do acordo para ter o apoio do partido de esquerda é a de "analisar denúncias de crimes do presidente da República".

 

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