O prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), 64 anos, surpreendeu e foi o primeiro a ser vacinado nessa terça-feira, 19, no município. Em São Paulo e no Ceará, por exemplo, os governadores João Doria (PSDB) e Camilo Santana (PT) escolheram mulheres que estão na linha de frente do combate à Covid-19 para abrir a maratona de vacinação. Medida semelhante foi tomada por outros prefeitos do Interior do Estado.
Além de político, Gonçalves é médico ginecologista e obstetra. "Tive a honra de ser o primeiro eusebiense a ser vacinado, e na sequencia, foi a vez da técnica de enfermagem Gabriela Cristina de Lucena", ele comemorou nas redes sociais.
Segundo a equipe do prefeito, ele foi o primeiro da fila por ser médico e ainda exercer a medicina. Afora disso, adicionou a assessoria, entendeu-se que seria modo de incentivar as pessoas a se vacinarem quando puderem.
O Eusébio recebeu 434 doses do imunizante, número referente a 34% dos profissionais de saúde e idosos acima de 75 anos, segundo a Prefeitura. Questionada sobre em qual unidade Acilon trabalha como médico, a assessoria de comunicação respondeu que no Hospital do Eusébio e em clínicas de Fortaleza.
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O dia de alegrias pelo início da vacinação foi o mesmo em que o Ministério Público do Estado do Ceará deflagrou a terceira fase da “Operação Banquete” para apurar supostas fraudes em licitações na administração municipal.
O órgão investiga aparente esquema criminoso articulado entre agentes públicos, empresários e engenheiros para fraudar termos de referência e estimativas de preços, destinados a licitações para serviços diversos, como montagem de salas de aulas pré-moldadas.
As investigações do MP indicam que as empresas teriam combinado as propostas e burlado a pesquisa de preços, com intuito de direcionar contratos e superfaturar custos. Ao todo, foram cumpridos oito mandados nas cidades de Fortaleza e Eusébio.
São três mandados de prisão, dois de temporária e um de preventiva, contra empresário, engenheiro e agente público; três de busca e apreensão contra engenheiro e agentes públicos, sendo apreendidos documentos e materiais eletrônicos; e dois de afastamento do cargo público contra funcionários suspeitos de fraude à licitação, falsidade ideológica e associação criminosa. O MP não quis divulgar nomes para não atrapalhar as investigações.
Em fases anteriores da “Operação Banquete”, o MPCE investigou serviços de alimentação e de gráfica, já tendo cumprido 11 prisões, 17 mandados de busca e apreensão, além de ter oferecido denúncia contra 19 réus.
As investigações conduzidas pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) iniciaram em abril de 2019 e a primeira fase da operação foi deflagrada em agosto de 2020 com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que fraudava licitações e dispensas na prefeitura de Eusébio.
O POVO entrou em contato com a Prefeitura de Eusébio que, em nota, respondeu que a gestão municipal se mantém empenhada em adotar todas as medidas para garantir a moralidade na administração pública do Município. A Prefeitura também assegurou estar colaborando com as investigações dos órgãos, mantendo-se "atenta aos desdobramentos para adotar as providências que se fizerem necessárias." (colaborou Gabriela Feitosa/especial para O POVO)