Após segunda-feira de sessão simbólica de início de legislatura, a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) terá hoje o primeiro dia oficial de trabalhos dos vereadores. Marcada para ocorrer de forma “híbrida”, com participações remotas e presenciais, a sessão desta terça-feira já deve ter votação polêmica envolvendo o próprio regime de funcionamento da Casa.

O racha envolve resolução da Mesa Diretora que promove uma série de adequações do trabalho parlamentar à pandemia do coronavírus. Entre medidas para evitar aglomerações, está uma que permite a participação remota de vereadores em todo o tipo de votação, que poderá ser feita de qualquer lugar independentemente do tipo de matéria.

Na última sexta-feira, os vereadores tiveram longa reunião com a Mesa e com o Departamento Legislativo da Casa para avaliar a questão, mas não houve consenso. O líder da oposição, Márcio Martins (Pros), acusa a medida de inibir a pressão popular, criando uma espécie de “blindagem” para vereadores em votações de projetos polêmicos.

"Imagina uma votação como a da reforma da Previdência, o vereador pensaria muito mais no voto dele se fosse à Câmara e encontrasse uma porta de gabinete, um estacionamento, ou um pátio lotados, do que se votar confortável da casa dele. Um sim ou não a uma reforma que não traz para ele prejuízo algum, já que ele não sofre pressão”, afirma.

É esperada também para os próximos dias a chegada de importantes matérias para o Legislativo, incluindo a reforma da Previdência de servidores municipais, a proposta de atualização do Plano Diretor de Fortaleza e a reforma administrativa do governo José Sarto (PDT). A mudança deve criar duas novas secretarias, de Juventude e de Proteção Animal.

O líder do governo na Casa, Gardel Rolim (PPL), já afirmou que a orientação do governo é de transparência e “debate claro e franco” em todos os temas, especialmente no caso envolvendo mudanças previdenciárias. Na última semana, Nascélia Silva foi reeleita presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Fortaleza (Sindifort) com promessa de combater pontos da reforma que contrariem o interesse das categorias.