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Obrigatoriedade de máscara vai cair, diz Bolsonaro
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Obrigatoriedade de máscara vai cair, diz Bolsonaro

| Covid-19 | Uso obrigatório do equipamento de proteção foi aprovado ano passado pelo Congresso. OMS e especialistas recomendam a proteção e ressaltam possibilidade de reinfecção
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Presidente disse que, neste momento, não precisa ser vacinado devido à sua suposta alta taxa de anticorpos (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Presidente disse que, neste momento, não precisa ser vacinado devido à sua suposta alta taxa de anticorpos

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nessa quinta-feira, 10, ter conversado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que seja preparado um parecer desobrigando o uso de máscara por pessoas vacinadas ou que tenham sido infectadas pela Covid-19. A proteção facial evita a propagação do vírus, que é transmitido pelo ar.

"Acabei de conversar com um tal de Queiroga. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscaras por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar este símbolo (segurando uma máscara descartável na mão), que tem a sua utilidade para quem está infectado", disse Bolsonaro, em um evento oficial, sob aplausos.

O presidente usava a proteção ao chegar ao evento, mas a retirou ao iniciar o discurso. No mesmo evento, Bolsonaro repetiu as críticas ao protocolo do Ministério da Saúde que orienta pessoas contaminadas a ficarem em casa. "Não aquele 'fica em casa todo mundo'. A quarentena é para quem está infectado. Não é para todo mundo porque isso destrói empregos."

A obrigatoriedade do uso de máscara em locais públicos, como comércios, escolas e igrejas, foi aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional. Bolsonaro chegou a vetar a lei, mas os parlamentares derrubaram o veto. Em alguns Estados, como São Paulo, a pessoa que for flagrada sem a proteção poderá ser multada.

Anteontem, o governador paulista João Doria (PSDB) lembrou o fato ao destacar a contrariedade do governo em relação a manifestações políticas de qualquer ordem neste momento de alta de casos. "Se o presidente Jair Bolsonaro participar de um movimento de rua, seja qual for a razão ou o motivo, e não usar máscara, ele será multado."

(Brasília - DF, 20/04/2021) Palavras do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga..Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
(Brasília - DF, 20/04/2021) Palavras do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga..Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

No evento de ontem, Bolsonaro não detalhou se o parecer solicitado ao Ministério da Saúde seria apenas recomendação ou se pretende propor uma nova legislação a respeito do tema. No caso, essa necessitaria de aval do Congresso.

Queiroga que assumiu falando em um "país de máscaras", disse nas redes sociais que "recebeu o pedido do presidente para produzir um estudo que trate da flexibilização do uso de máscaras, conforme o avanço da vacinação no País".

Afirmou ainda que o presidente está feliz com o ritmo atual de imunização. Mais cedo, indagado pela CNN se havia sido pressionado, disse que "o presidente não me pressiona" e não há prazo para o estudo. "Trabalhamos em absoluta sintonia, é assim que funcionam as democracias."

OMS

Após os primeiros países optarem por autorizar a dispensa do uso de máscaras por pessoas vacinadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio, se mostrou contrária. A dispensa deveria ocorrer somente quando não há mais transmissão comunitária da doença - o que não é o caso do Brasil - e não depende apenas da vacinação.

"A pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos manter os cuidados básicos", afirmou a líder técnica Maria van Kerkhove. No caso de pessoas já infectadas, especialistas não recomendam abandonar a proteção porque há a possibilidade de reinfecção.

 

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