Já antecipando estratégia em busca de possíveis alianças para o 2º turno e para evitar associações com radicalismo, o ex-presidente Lula (PT) dedicou o último dia de sua viagem ao Ceará para conversar com diversos líderes de partidos no Estado.
As conversas não ficaram restritas a siglas aliadas, envolvendo também desde o senador Cid Gomes (PDT), irmão do pré-candidato Ciro Gomes (PDT), quanto o também senador Tasso Jereissati (PSDB). Antigo opositor de Lula no Congresso durante os governos do petista, Tasso se reuniu ontem com Lula na Torre Iguatemi, no bairro Cocó.
Durante a conversa, Lula e Tasso demonstraram preocupação com o quadro atual de ameaças à democracia no Brasil, firmando um compromisso suprapartidário para fortalecer instituições atualmente alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A reunião contou com participação do ex-prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), e da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Pela tarde, Lula foi até o edifício Mansão Macedo, na Aldeota, onde se reuniu com o ex-senador Eunício Oliveira (MDB). No encontro, Eunício confirmou compromisso em apoiar possível candidatura de Lula em 2022, mas com possibilidade de "palanque duplo" no Ceará, com o MDB local apoiando um candidato da oposição de Camilo Santana (PT).
"O Lula sabe que não tenho condições de fazer aliança com o Ciro, por tudo o que aconteceu no Ceará", disse Eunício ao O POVO. Do outro lado, o ex-senador recebeu de Lula a garantia de apoio do ex-presidente a qualquer candidatura dele no Estado. Hoje, Eunício é cotado principalmente para disputar cargo de deputado federal.
Ver essa foto no Instagram
Lula também se reuniu com comando de partidos como o Psol e o PCdoB. No encontro, ele firmou compromisso em apoiar a revogação de medidas como a PEC do teto de gastos.
Prévias
Pré-candidato a presidente, Tasso participará em novembro de prévias do PSDB para a escolha do nome do partido para as eleições de 2022. Outros nomes são os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).