O governador Camilo Santana (PT) disse lamentar a negativa de deputados da bancada cearense no Congresso nas negociações para o envio de emendas para o novo Hospital Universitário da Uece. Nesta segunda-feira, 22, em evento das obras da unidade.
"Lamentar, porque isso prejudica nosso estado e a população. A emenda de bancada já diz são emendas para projetos estruturantes do estado. O deputado já têm suas emendas individuais para aplicar em qualquer municípios. A única forma que eu tenho é lamentar os que não ajudaram nesse momento tão importante a saúde do povo cearense", criticou.
Após vários dias de discussões em Brasília, os 22 deputados federais e os três senadores do Ceará não conseguiram fechar consenso sobre o destino das emendas de bancada do Estado. Como não houve acordo, os parlamentares dividirão igualmente os cerca de R$ 213 milhões disponíveis para a bancada cearense, em cotas de R$ 8,7 milhões cada.
A base governista tentava articular, sob coordenação do senador Cid Gomes (PDT), o envio de R$ 180 milhões das emendas coletivas para a obra do Hospital, além de repasses para a Prefeitura de Fortaleza e outros órgãos. No entanto, sete deputados rejeitaram a proposta dos governistas, que chegaram a diminuir o pedido para o envio coletivo de R$ 102 milhões.
As verbas serão destinadas apenas para a construção física, havendo ainda a necessidade de captar recursos para os equipamentos de implantação da estrutura física. Porém, sem especificar como, o petista garantiu que deve conseguir captar os valores, já que a unidade deve ficar pronta até dezembro de 2022.
Dentre os parlamentares presentes, estiveram quase todos que decidiram pelo apoio ao acordo para a destinação das verbas, como os pedetistas Cid Gomes, Eduardo Bismarck, André Figueiredo, Mauro Filho e Robério Monteiro. Também compareceram Domingos Neto (PSD), José Guimarães (PT), Genecias Noronha (SD), Pedro Bezerra (PTB), Junior Mano (PL). O prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT) foi outro a estar no evento de ontem.
Membro da base de Camilo, mas ausente no evento de ontem, José Airton (PT) teve papel determinantes nas negociações pois se somou aos sete parlamentares contra o acordo. Enquanto isso, o deputado Heitor Freire (PSL), membro da oposição, colaborou com a destinação do montante.
A partir das emendas de bancada, Cid Gomes alega ter defendido a construção de "uma instância a ser procurada" para a formulação de projetos estruturantes ao Ceará. Ele também criticou a decisão de parlamentares contra medida e disse que "algumas pessoas politizam" a questão "como se a doença tivesse partido".
"Como se uma pessoa que precisa de UTI tivesse que apresentar, na hora de ingressar, seu título eleitoral e sua preferência partidária. Mesquinhar questões como essa é algo que deve ser condenado pela população", disse.
Licenciado da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará para tratar das questões em Brasília, o deputado Mauro Filho afirmou que a emenda de bancada deve ser tratada para ações de cunho institucional e de caráter regional.
"Não pode ser a mesma concepção que se faz para a emenda individual. Dos 22, 15 compreenderam que essa é realmente a melhor concepção, se não fosse para isso era só ter ampliado o valor da emenda individual, exatamente para obras", disse o deputado, que deve retornar à Seplag já na próxima semana.