O senador Eduardo Girão (Podemos) afirmou, nesta quarta-feira, 8, que seu apoio à candidatura de Capitão Wagner (Pros) para o Palácio da Abolição deve ocorrer mesmo com o apoio do parlamentar à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
Apesar de já defender o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) para a disputa pelo Planalto, Girão garantiu dar suporte a Wagner em uma "frente ampla" contra os Ferreira Gomes.
"Capitão Wagner tem meu apoio nessa sua ousada iniciativa de liderar a construção de uma grande frente visando a libertação do Ceará dessa oligarquia que há tantos anos exerce o domínio político no Estado. Não vejo nenhum problema desse apoio em relação à disputa presidencial", destacou o senador.
Durante entrevista ao programa Jogo Político, na última terça-feira, 7, Wagner disse acreditar na formação de uma frente ampla com novos quadros no Ceará com nomes do MDB, PSDB, PL e Podemos.
O parlamentar garantiu que, nacionalmente, a tendência é que ele esteja ao lado de Bolsonaro, e que a aliança não impedia sua aproximação com Girão. Em 2020, ambos foram aliados durante a campanha de Wagner para a disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Wagner ajudou Girão a conquistar vaga no Senado em 2018.
Enquanto isso, Girão já prepara o palanque de Moro no Ceará. "Já estamos articulando iniciativas diversas com a presença dele em Fortaleza e no Interior. Aliás, o ex-ministro tem tido uma disposição muito grande para ouvir, dialogar e olhar nos olhos dos brasileiros para elaborar juntos esse projeto de Brasil. Com os cearenses, libertários por natureza, não será diferente", adiantou Girão.
Ainda sem vir no Ceará desde a crise de segurança provocada pelo motim da PM, em 2020, quando ainda atuava como ministro da Justiça, o presidenciável usou um chapéu de couro nordestino em sua visita ao Recife (PE), para o lançamento do seu livro de memórias chamado "Contra o sistema da corrupção", na última segunda-feira, 6.
Todavia, também mencionado por Wagner como uma possível aliança, o deputado Heitor Férrer (SD) manifestou ressalvas ao que chamou de uma possível "nacionalização da campanha estadual". O parlamentar disse que o apoio do pré-candidato da oposição no Ceará a Bolsonaro deve dificultar a formação de uma frente ampla aos Ferreira Gomes.