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Votação do passaporte de vacinação de Fortaleza ficará só para 2022
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Votação do passaporte de vacinação de Fortaleza ficará só para 2022

| Covid-19 | Com isso, a Prefeitura não seguirá o Governo do Ceará, que começará a exigir o comprovante de vacinação para acesso aos prédios do Estado a partir de 20 de dezembro
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Plenário Câmara Municipal de Fortaleza (Foto: Divulgação/CMFor)
Foto: Divulgação/CMFor Plenário Câmara Municipal de Fortaleza

Após uma série de desentendimentos entre base do prefeito José Sarto (PDT) e oposição, a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) decidiu nesta terça-feira, 14, adiar a discussão do projeto que institui o passaporte da vacinação para acesso de prédios públicos da Capital.

Segundo o líder do governo, Gardel Rolim (PDT), houve um "grande entendimento" entre governo e vereadores de que a medida deve ter mais tempo de discussão. Com isso, a Prefeitura não deverá seguir o Governo do Ceará, que começará a exigir o comprovante de vacinação para acesso aos prédios públicos do Estado a partir de 20 de dezembro.

No caso estadual, a adoção do passaporte sanitário foi determinada em decreto do governador Camilo Santana (PT) da última sexta-feira, 10. O prefeito José Sarto, no entanto, preferiu adotar a medida por meio de uma mensagem enviada à CMFor, que acabou “travada” na Comissão de Saúde e Seguridade Social da Casa.

Vitória da oposição

Na Câmara Municipal, o adiamento da discussão é visto como uma vitória da oposição, especialmente das bancadas religiosas e bolsonaristas da Casa. No início deste mês, a vereadora Priscila Costa (PSC) coordenou uma audiência pública para debater o tema no Legislativo, que acabou ganhando ares de protesto contra a adoção da medida.

Durante o ato, diversos convidados fizeram uma série de críticas contra a própria validade de vacinas, chegando a acusar – sem base científica sólida – os imunizantes de efeitos colaterais graves. Vídeo da transmissão ao vivo do ato foi retirado do ar pelo YouTube, que apontou a divulgação de informações falsas ou distorcidas sobre vacinas nas imagens.

“A boa notícia é que a comissão foi suspensa”, comemorou, em vídeo publicado na tarde desta terça-feira nas redes, a vereadora Priscila Costa. “Esperamos que essa suspensão não seja temporária, seja definitiva, e que o prefeito tenha entendido o grande passo errado que ele estaria dando mandando essa matéria para a Casa”, corrobora o líder da oposição, Márcio Martins (Pros).

Para o vereador Gabriel Aguiar (Psol), a decisão acabou sendo um “grande recuo” da gestão Sarto para a bancada antivacina da Câmara. “São os mesmos movimentos que são contra o uso de máscara, a favor de aglomerações, que agora se levantam contra a vacinação e contra o passaporte. Foi um grande recuo, perigoso, e a gente se preocupa não só com essa pauta, como com as próximas que virão no enfrentamento da pandemia”.

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