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Camilo acusa governo Bolsonaro de barrar financiamento ao Ceará "por questões políticas"
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Camilo acusa governo Bolsonaro de barrar financiamento ao Ceará "por questões políticas"

| Jogo Político | Governador afirma que verba referente a um empréstimo junto ao BID está represada na Casa Civil. Ao todo, são R$ 300 milhões previstos para serem usados em ações de Segurança Pública
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CAMILO Santana esteve ontem no O POVO e participou ontem do programa Jogo Político (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita CAMILO Santana esteve ontem no O POVO e participou ontem do programa Jogo Político

O governador Camilo Santana (PT) disse nesta sexta-feira, 17, que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) segura a liberação de um financiamento para investimentos em prevenção na área de Segurança Pública para o Ceará. Camilo aponta que a atitude é tomada "por questões políticas". A declaração foi dada em entrevista ao programa Jogo Político do O POVO.

O dinheiro que o Estado aguarda não é federal, mas sim do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Camilo explica que os empréstimos passam pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, vão para a Casa Civil e de lá seguem para o Senado, a quem cabe autorizar o Estado a receber o financiamento. 

Segundo o governador cearense, desde setembro a Casa Civil segura o pedido e não encaminha para os senadores apreciarem. "Infelizmente, eu não quero acreditar, mas por questões políticas ele (Governo Federal) está segurando esse financiamento do Ceará na Casa Civil, e eu tenho feito um apelo porque isso não é um prejuízo ao governo Camilo, é um prejuízo à sociedade cearense”, afirmou o governador.

Os valores são referentes a um empréstimo de mais de R$ 300 milhões para ações na área da Segurança Pública. “São ações de prevenção à violência discutida com os fóruns aqui no Ceará, discutido com a Assembleia, a própria vice-governadora (Izolda Cela) tem liderado esse processo. Infelizmente, por uma questão política, o processo está parado na Casa Civil”, completou Camilo.

No início de dezembro, o senador Cid Gomes (PDT) já acusara o Governo Federal de ter discriminação com estados brasileiros são governados por partido de oposição. No caso do Ceará, ele citou dois projetos com pedidos de financiamento internacional que estão parados na Casa Civil e não são remetidos ao Senado Federal, conforme determina a legislação.

“Estou na vida pública há mais de 25 anos e já tive oportunidade de ser situação e oposição ao Governo Federal e a governos estaduais e nunca vi tal discriminação acontecer em governos anteriores”, enfatizou na ocasião.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), garantiu tomar providências para que o Governo envie as mensagem para apreciação dos parlamentares, em resposta à demanda de Cid. “Nós temos obrigação de defender nossos estados. Conte comigo nessa empreitada”, afirmou Pacheco a Cid em sessão do Senado.

Ele lembrou que a Casa tem sido colaborativa com pautas do Governo Federal e espera reciprocidade com os estados “independente de quem sejam os governadores e a qual partido pertençam”. 

Apelo a aliados de Bolsonaro

Camilo Santana disse ainda que esteve com o senador licenciado e ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PL-PI), para tratar a questão. Camilo fez um “apelo público” para que parlamentares cearenses que apoiam Bolsonaro possam ajudar no trâmite.

“Eu não quero acreditar que a decisão que o governo tem tomado nesse sentido seja por questão de perseguição política a um estado que faz o dever de casa, que investe no Brasil”, completou Camilo.

Wagner: "Jamais me posicionaria contra"

No Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato da oposição para a sucessão ao Palácio da Abolição, é apoiador do presidente. Ao Jogo Político, o parlamentar afirmou no início do mês que a tendência para o próximo ano é de apoio à reeleição de Bolsonaro (PL) para o Palácio do Planalto.

Procurado por O POVO, Wagner disse não ter sido procurado sobre um financiamento para o governo estadual voltado a um projeto para a segurança pública. O deputado afirmou ainda estar disposto a ajudar no diálogo.

"O dia que o governador quiser minha ajuda, pode chamar que estou à disposição. Nunca recebi ligação dele, nem ninguém do Governo pra tratar do assunto e não sei do que se trata. Sempre votei a favor dos socorros aos Estados e municípios. Jamais me posicionaria contra", afirmou.

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