Com a aproximação do ano eleitoral, até sete secretários podem deixar suas funções no Governo do Estado para disputar algum cargo eletivo em 2022. A minirreforma na equipe do Palácio Abolição respeita uma circular emitida do governador Camilo Santana (PT) que pede para que os nomes do gestão que pretendam disputar o pleito se desincompatibilizem até o fim deste ano.
O POVO apurou que nomes como Mauro Filho (licenciado do Planejamento e Gestão), Zezinho Albuquerque (Cidades), Lia Gomes (secretária-executiva na Secretaria da Proteção Social), Janaína Farias (Assessoria Especial do Governador) e Francisco De Assis Diniz (Desenvolvimento Agrário) já estão com suas saídas em discussão.
Mauro Filho é um dos pré-candidatos do PDT ao Governo do Estado. Ele é um dos postulantes pedetistas junto à vice-governadora Izolda Cela, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Evandro Leitão e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Para a vaga de deputado estadual, devem disputar Zezinho (PP), Francisco De Assis Diniz (PT) e Lia Gomes (PDT). Janaína Faria deve se lançar à vaga na Câmara Federal pelo PT.
O sexto nome com saída dada como certa é o do secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda. O ex-senador afirma que deve sair do posto por determinação do PCdoB para que seu nome fique em uma eventual disposição. “Meu partido pediu que eu me colocasse à disposição, embora não esteja resolvido se serei oficialmente candidato ou não”, disse.
Nos bastidores, é ventilado um sétimo nome que pode deixar o governo Camilo. Secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque também é citado em possível candidatura a uma cadeira na Câmara Federal. Questionado pela reportagem, ele afirmou que "até o momento" não deve sair do posto, mas que está "aguardando o posicionamento do governador" sobre tal possibilidade.
De acordo com a regra eleitoral, a desincompatibilização deve ocorrer até seis meses antes das eleições, ou seja, até abril do ano que vem. A ideia da antecipação, segundo o governo, seria dar mais tempo aos substitutos para se aprofundarem em ações e programas das secretarias e evitar a descontinuidade de projetos em andamento.
Outra novidade sobre o quadro de secretários do governo Camilo Santana é a permanência do chefe da Casa Civil, Chagas Vieira. O titular declinou da ideia de sair do comando da pasta após pedido do governador. Ele havia anunciado a saída no início de dezembro por motivos pessoais.
Nesta terça-feira, 21, o governador se reuniu com os secretários de Estado na última reunião do grupo de 2021. Às vésperas de mudanças no governo, o chefe do Executivo cearense fez um balanço de sua gestão durante o ano que se encerra e deverá traçar, junto aos gestores das pastas, as metas e entregas em 2022, o último de seu mandato à frente do Governo do Estado.
Na ocasião, outros secretários que devem manter suas gestões até o final da gestão Camilo fizeram um balanço deste ano. O Secretário da Segurança Pública do Ceará, Sandro Caron, afirmou que o estado deverá fechar o ano de 2021 entre as cinco unidades federativas com maior redução do número de homicídios. Segundo Fernanda Pacobahyba, secretária estadual da Fazenda, o Estado já ultrapassou os R$ 3 bilhões em investimento público previstos para o fechamento em dezembro. (colaborou Maria Eduarda Pessoa)