Camilo Santana (PT) deixa amanhã o governo do Estado aprovado pela maioria da população, segundo mostra pesquisa do instituto Opnus realizada para O POVO. O governador sai do cargo com 78% de aprovação. A desaprovação é de 18%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O resultado é parecido com o obtido por Camilo ao ser reeleito no primeiro turno da eleição de 2018. Ele obteve o novo mandato com 79,96% dos votos válidos, o maior percentual entre os governadores do Brasil eleitos naquele ano. Foi também o índice mais expressivo já obtido por um governador do Ceará. O recorde anterior era de Gonzaga Mota, em 1982: 70,16%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 31 de março. Os números de aprovação são os mesmos observados em pesquisa do Opnus de dezembro passado.
OBS: Devido ao arredondamento das casas decimais, a soma dos percentuais nas perguntas de resposta única pode variar de 99% a 101%.
Período: pesquisa feita de 26 a 31 de março
Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Ou seja, de 100 pesquisas feitas com essa metodologia, 95 estarão dentro da margem de erro prevista
Número de entrevistas: 2 mil
Municípios pesquisados: 89
Método: entrevistas presenciais domiciliares
Amostra: por conglomerado em três estágios. No primeiro estágio faz-se um sorteio probabilístico dos municípios, onde as entrevistas serão realizadas, pelo método Probabilidade Proporcional ao Tamanho (PPT), tomando a população dos municípios como base para a seleção. No segundo estágio faz-se um sorteio probabilístico dos bairros/localidades, onde as entrevistas serão realizadas, pelo método PPT, tomando a população de residente nos bairros/localidades como base para tal seleção. No terceiro e último estágio, dentro dos bairros/localidades sorteados, os respondentes são selecionados por quotas amostrais proporcionais em função de variáveis de sexo, faixa etária e nível de escolaridade.
Registro: CE-09564/2022
Quando os eleitores foram questionados sobre a forma como avaliam a administração do governador Camilo Santana, 56% apontaram como ótimo e bom. O índice apresenta oscilação negativa em relação a dezembro, quando tinha 58% de ótimo e bom. Já a avaliação ruim ou péssima do governador se mantém igual: 10%. Houve aumento da avaliação regular, que passou de 27% para 30%.
O Opnus ouviu duas mil pessoas em 89 municípios do Ceará. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com o número CE-09564/2022.
Cientista político e diretor técnico do Opnus, Pedro Barbosa destaca que a atual avaliação de Camilo é ainda mais significativa que a votação obtida na reeleição, ao se considerar o conjunto do eleitorado. Afinal, ele obteve 79,96% dos votos válidos, o que desconsidera brancos e nulos, além das abstenções.
"Um dos pontos que chama atenção na pesquisa é que a aprovação com a qual Camilo Santana deixa o governo do Ceará é ainda mais alta do que a votação com que foi reeleito. Em 2018, ainda que Camilo tenha alcançado 80% dos votos válidos, observando os votos totais, foram 66% os cearenses que votaram para reeleger o atual governador. Nesse sentido, em pouco mais de 3 anos de seu segundo mandato, Camilo Santana conseguiu ampliar a imagem positiva junto à população cearense, alcançando o patamar de 78% de aprovação popular, afirma Barbosa.
Para isso, ele considera que foi determinante a personalidade do governador. "Num momento de forte polarização, quando o país vive um clima de Fla-Flu político, o perfil mais conciliador e de diálogo que foi traço característico de Camilo Santana, parece ter sido ponto importante para alcançar esse nível de popularidade. Prova disso é que a aprovação do governador, que é do Partido dos Trabalhadores, é bastante alta mesmo entre os eleitores que aprovam o governo de Jair Bolsonaro."
Marciano Girão, diretor executivo do Instituto Opnus, destaca a popularidade de Camilo no contexto de tantas crises que enfrentou. "Ao longo de um governo, é comum que a imagem dos políticos acumule desgastes junto à população. No contexto cearense, ao longo dos anos de seu governo, Camilo se deparou com diversas crises: penitenciária, ataques de facções, motim da PM, crise de saúde com a pandemia acompanhada de forte crise econômica e outras. Assim, o fato de não apenas ter mantido o nível de popularidade que tinha quando foi reeleito, mas aumentado, chegando a quase 80%, é algo bastante relevante."