Vice-presidente do União Brasil no Ceará, o deputado federal Heitor Freire entende que é preciso "uma medida urgente para barrar o aumento do preço dos combustíveis, um item básico que impacta diretamente em toda a cadeia da economia".
Para ele, "é muito importante que essa PEC seja votada o mais rápido possível", já havendo "uma tendência favorável de aprovação sem que se entre em conflito com os governadores, pois devem ser apresentadas opções de compensação ao se zerar os impostos dos combustíveis".
A perspectiva de aprovação da proposta, no entanto, não é tão otimista. Como se trata de PEC, requer voto favorável de 3/5 dos deputados, ou 308 apoios na Câmara, em dois turnos. No Senado, por sua vez, para que avance, uma PEC precisa de 49 votos favoráveis.
A poucos meses das eleições, e com o Congresso já se aproximando do recesso do meio do ano, não haveria tempo hábil para encaminhar a votação antes do fim de junho.
Antes de ir a plenário, a medida teria de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seguindo para comissão especial e, só depois, para o plenário.
Deputado federal pelo PDT, Idilvan Alencar é cético em relação ao andamento desse trâmite e também em relação às intenções do governo com a PEC.
"Sabe aquele estudante que ficou o ano inteiro vagabundeando e quer recuperar tudo na última prova sem estudar? É esse o caso. Bolsonaro nunca se preocupou em governar, só em andar de moto, ameaçar golpe, imprensa, ONGs", critica.
Conforme o parlamentar, "a quatro meses da eleição, ele quer gastar o que tem e o que não tem para tentar se salvar".
O pedetista reconhece que "o povo quer menos inflação e gasolina mais barata, mas não cai mais na conversa de Bolsonaro", porque "sabe que ele só pensa em si e na sua reeleição".