Políticos de PCdoB e PV, partidos integrantes da federação com o PT, acompanham com atenção a escalada de atritos entre petistas e o PDT sobre a aliança para o Governo do Estado. Ao formar federação, os partidos passam a atuar em conjunto. Como o PT é bem maior que os outros dois, para onde for, PCdoB e PV precisam ir também.
Principal líder do PT cearense, o deputado José Guimarães disse que a aliança está "no limite". Nomes das duas outras legendas esperam, contudo, que o acordo se mantenha. Porém, concordam com Guimarães quanto ao apoio à reeleição da governadora Izolda Cela (PDT).
Presidente estadual do PV, Marcelo Silva defende a resolução dos atritos entre PT e PDT e prega que a escolha da candidatura pelo PDT obedeça a critérios. E entende que Izolda deve ser respeitada como alternativa natural.
"Eu acho que o máximo que se puder fazer para continuar a aliança que fez bem ao Ceará, que a gente busque. Agora, com relação à candidatura, tudo na vida tem de ter critério. É natural quem está no poder ter condição de se reeleger, poder buscar esse direito." Ele entende que costuma haver consenso quando a pessoa no cargo tem direito e deseja a reeleição. "Principalmente uma pessoa como a Izolda, que a gente sabe da integridade. Quem está tem direito de querer permanecer."
Ele completa: "Se o PV for votar, a gente quer um acordo. Mas, se não chegar, é natural que as forças tomem posição e cada um lançar seus nomes, o que é até um prejuízo para o Ceará."
No PCdoB, o vereador Evaldo Lima (PCdoB) defende que a responsabilidade é pela "manutenção da unidade política dessas forças para derrotar o projeto do candidato do Bolsonaro no Ceará". Ele afirma que a tensão dentro da aliança "não beneficia a construção coletiva de um projeto de desenvolvimento e defesa da democracia".
"Só interessa ou beneficia projetos autoritários, de viés fascista, representante do bolsonarismo". Ele considera que a manutenção do projeto deve estar acima de desentendimentos. "No Ceará, o esforço pela manutenção e evolução do atual projeto político exige muito empenho para superar eventuais divergências e contradições".
Questionado sobre Izolda, o parlamentar afirma: "Justo e legítimo. Unifica os partidos da base e do projeto político de desenvolvimento com justiça social no Ceará", afirmou sobre a hipótese de ela ser candidata.
Do mesmo partido, o deputado estadual Carlos Felipe vai na mesma direção. "Nosso partido acredita na ponderação e, portanto, na continuidade do projeto e na unidade do projeto político. Ao mesmo tempo que defende a pré-candidatura da governadora como legítima e justa."
Já o candidato do PCdoB na última eleição para prefeito de Fortaleza, Anízio Melo (PCdoB), entende que o PDT tem soberania para tomar a decisão e que quem quer que seja escolhido deve ter apoio da federação.
"Acredito e defendo que, na aliança, o PDT tem o direito de indicar o nome para o governo estadual e o que podemos, enquanto aliados, é expressar nossa posição de resposta à decisão soberana do PDT e que esta possa dialogar e construir a unidade."